domingo, 15 de março de 2009

O divertido capitalismo


Ben Bernanke, presidente do Federal Reserve, disse no início do mês que dar dinheiro a AIG o deixava muito zangado. Disse que a seguradora, uma das maiores do mundo, operou como um fundo de hedge, não havia fiscalização em sua divisão de produtos financeiros e sua incompetência a levou ao chão. Foram US$ 30 bi de Obama, Bush já havia dado mais de US$ 100 bi. Gostaria de entender como está seu humor hoje com a notícia de que a AIG vai distribuir o bônus para sua inteligente divisão financeira, de US$ 450 milhões.

O capitalismo é divertidíssimo para as grandes corporações. Se você for um grande executivo, faça qualquer coisa, leve a empresa à lona, mesmo assim vai ser premiado. Fique tranqüilo que vão tirar o dinheiro de algum mané para te salvar. Tal como a Miriam Leitão sempre defendeu. Estado é para salvar os ricos. Os pobres pagam a conta.

2 comentários:

Unknown disse...

FHC elogia Daniel Dantas. México, ai vamos nós:

do blog do Nassif:

O aval de cima

No final da entrevista dada a Kennedy Alencar, na TV!, Fernando Henrique, de fato, se refere assim a três personagens polêmicos:

Gilmar Mendes: corajoso.

Protógenes: amalucado.

Daniel Dantas: “não conheço bem, mas dizem que é brilhante”.

Nada mais disse, nem seria necessário.

Clique aqui para ir na página da entrevista. As declarações estão no 23o minuto em diante da terceira parte da entrevista.

O elogio a Dantas, a não menção a nenhuma das acusações contra o banqueiro, comprovam que, a partir de um certo momento, na história do Brasil, política e crime organizado passaram a caminhar juntos.

E não se está falando dos cabeças-de-bagre do governo Collor, nem do clube dos amigos do Sarney. Os esquemas anteriores - apesar de personagens notórios, como os irmãos Martinez e Canhedo (caso Collor), Machline e Saulo Ramos (Sarney) - eram esquemas individuais, pouco articulados, valendo-se mais do compadrio com autoridades de outros poderes e da falta de institucionalidade dos sistemas de controle do Estado.

Depois, ganhou escala. Essas alianças criminosas tornaram-se parte efetiva do jogo de controle do Estado, com relações muito mais orgânicas do crime organizado com mídia, bancadas políticas, Judiciário e Executivo .

Esbocei alguns desses processos no meu “Os Cabeças de Planilha”.

Um dia, a história ainda cobrará de FHC a responsabilidade plea montagem desse modelo.
Enviado por: luisnassif - Categoria(s): Sem categoria Tags relacionadas: Daniel Dantas, FHC, Satiagraha

Jurandir Paulo disse...

Obrigado, Dener. Seu comentário vai virar post.