terça-feira, 28 de abril de 2009

Receita de uma literal reporcagem*

A manchete do Globo de hoje é alarmante:

Gripe se alastra no mundo e Brasil mostra despreparo.

Corram, escondam-se. Nas páginas internas, um esforço de reporcagem para demonstrar o “despreparo” de nossas autoridades. O jornal destacou quatro de seus repórteres para o aeroporto Tom Jobim, lá poderiam comprovar a manchete já pronta. Diz o título na página 25:
No Brasil, falta de informação nos aeroportos.

Um tanto diferente da primeira página. Entrevistaram passageiros que chegavam, como o cantor Robson Coccaro, sim, ele, que aflito voltava do México:
— Pensei que fosse chegar aqui e passar por um interrogatório de agentes sanitários.

E segue a reporcagem.
Somente à tarde, por volta das 13h, os passageiros que desembarcavam no Rio ouviam pelo sistema de som as recomendações da Anvisa.

Quer dizer, a falta de informação durou apenas a manhã, mas o jornal não ficou satisfeito:
O locutor repetiu o alerta durante toda a tarde, mas somente em português.

Claro, faltou versão em inglês, espanhol, mandarim e francês, a língua oficial de FH. Segue a pocilga:
Em São Paulo, somente ontem a Anvisa começou uma operação nos aeroportos para orientar passageiros.

Como então existe falta de informação nos aeroportos? Poderiam dizer que no Rio não havia. Como sustentar o despreparo do Brasil dito na manchete? Justifica o texto:
Mesmo assim, um folheto distribuído pela manhã com explicações sobre a doença estava escrito apenas em português.

Pronto, o Globo acaba de descobrir o maior problema do governo: a falta de tradutores. Ô Lula, empresta o ótimo Sérgio Xavier Ferreira, o cara que coloca você em papo com o Obama!

E segue a preocupação do jornal. Segundo ele, alguns passageiros tomaram iniciativa própria e chegaram ao país com máscaras, como a brasileira Fernanda Meneses, que fugiu com sua família da Cidade do México com medo da gripe. Nossa, logo para o Brasil, que o Globo diz estar tão despreparado!

Segue o longo texto reporcalhado:
O governo brasileiro anunciou ontem uma série de medidas preventivas contra a gripe suína, que ainda não teve nenhum caso confirmado no país.

Como assim? E o despreparo que está na manchete? Será que apenas os tradutores do governo serão os culpados de tudo? E seguem explicando as medidas adotadas, com a inspeção de aviões a procura de suspeitos da doença, o monitoramento de 11 pessoas que chegaram recentemente das áreas afetadas com sintomas de gripe. Mas isso tudo está no pé da reporcagem, parece que cortaram e colaram errado, uma coisa não combina com a outra. Onde está o despreparo do governo?

Para não decepcionar seus leitores, o Globo fez questão de ao final do texto registrar que o presidente Lula acalmou a população ao mesmo tempo que fazia o sinal da cruz.

Por que será que os jornais estão acabando?

* Reporcagem é o ótimo termo criado pelo Blog do Mello para explicar o atual jornalismo do PIG (Partido da Imprensa Golpista). Perfeito para o que estão fazendo com a gripe suína.

segunda-feira, 27 de abril de 2009

A mídia e seu “apesar da crise”

No Estadão de hoje, sinais de que o cartel da mídia vai jogando a toalha em sua torcida pelo tsunami econômico. "Consumo deve crescer no Brasil, apesar da crise", diz o título. Fiquei com a sensação de já ter lido em algum lugar, talvez dito de outra forma, e me preocupei em pesquisar quantas vezes a expressão “apesar da crise” foi usada recentemente. O resultado é impressionante. Vamos a alguns exemplos:


No G1, 2350 resultados no Google. Exemplos:

Apesar da crise, setor de imóveis populares se mantém aquecido

Grifes estrangeiras desembarcam no Brasil, apesar da crise

Apesar da crise econômica, indústria carnavalesca comemora vendas

Apesar da crise, Petrobras investirá mais em biocombustíveis

Nestlé mantém boa saúde apesar da crise


No Globo, 1.140 resultados no Google. Exemplos:

Apesar da crise, avanço do PIB brasileiro só perdeu para a China em 2008

CNT/Sensus: População espera aumento de renda e emprego, apesar da crise

Relações comerciais entre Brasil e Estados Unidos devem avançar, apesar da crise

Aumenta a popularidade de Lula apesar da crise

Apesar da crise, Saara mantém esperanças de boas vendas no Natal


No Estadão, 997 resultados no Google. Exemplos:

EPE: apesar da crise, consumo de energia não vai cair

Apesar da crise, empresas de tecnologia crescem no exterior

Apesar da crise, indústria quer investir e foca mercado interno

LG aposta em Natal forte no Brasil, apesar da crise

Apesar da crise, Federer mantém liderança do ranking da ATP

Este último título acredito ser obra de um redator da economia emprestado à editoria de esportes. A crise do tenista Roger Federer é apenas pessoal, motivada por uma mononuscleose, de lenta recuperação física.

Quanto a Folha, apenas 6 resultados. Aposto que é coisa de seu rígido manual interno, apesar da crise dos jornais.

Atualizando:

Nosso leitor Rafael observou que pesquisando pelo próprio site da Folha há centenas de resultados com "apesar da crise". Pesquisando na Folha de S.Paulo, 830 resultados. Na Folha Online, 703.

domingo, 26 de abril de 2009

A quinta categoria do neomacartismo


Hoje, Diogo Mainardi comete vários erros em sua coluna, exemplo da falta de compromisso ético com o jornalismo, apenas com a propaganda de má-fé. Vamos a eles:

1) Não fez um único comentário para desculpar-se de seu engano, em coluna de 8/4/2009, que levou a mídia corporativa a segui-lo para tentar descobrir possíveis sinais de corrupção na ANP. O que ficou claro, ao longo deste período, foi que Mainardi mentiu ao afirmar ter havido uma investigação na PF sobre esquema de desvio de royalties do petróleo, que envolvia o nome de Victor Martins, diretor da agência. Nada foi constatado pela mídia, ao contrário, terminou de forma patética sua pauta, na última quarta-feira, quando o próprio Victor prestou esclarecimentos na Comissão de Minas e Energia da Câmara, acusando a manipulação. Seu nome aparece apenas em um documento, montado por arapongas da própria ANP, com recortes de jornais, relatórios duvidosos e prováveis escutas clandestinas, feitas pelos interesses de seus autores, visando o amplo mercado de dossiês, do qual Mainardi é freguês habitual. Ao longo da tentativa de se descobrir maiores informações, em seus podcasts, Mainardi não cansava de repetir o mantra de que Victor era irmão de Franklin Martins, ministro da Comunicação, seu antigo desafeto. Público e vergonhoso interesse.

2) O assunto da coluna é o Irã, já que seu presidente, Mahmoud Ahmadinejad, virá ao Brasil em maio. Sugere que a nação repita o que fizeram alguns representantes de países europeus na conferência da ONU sobre racismo, que abandonaram o evento na fala do presidente iraniano, no dia 20 último. Para Mainardi, Ahmadinejad quer eliminar Israel da face da Terra. Mentira. Ele leu o discurso? Claro que não. Nossa mídia não permitiu. Sugiro que nossos leitores leiam e tirem suas próprias conclusões. A crítica ao racismo de Israel, com seu recente genocídio contra palestinos, é apenas parte do discurso, voltado principalmente para criticar a atual ordem política internacional. E se tem um assunto que os iranianos têm o que dizer é esse. Afinal, viveram intensamente a perversão do imperialismo, desde o dos ingleses até o dos americanos, em sua sanha por petróleo. O que Mainardi discorda certamente está nessas frases, ditas pelo presidente do Irã:


Sr. Presidente, Senhoras e Senhores, o mundo está a atravessar mudanças rápidas e fundamentais. As relações de poder tornaram-se fracas e frágeis. Os ruídos do estalar dos pilares dos sistemas mundiais agora são audíveis. As principais estruturas políticas e econômicas estão à beira do colapso. Crises políticas e de segurança estão em ascensão. A piora da crise na economia mundial, para a qual não se vê perspectiva brilhante, demonstra uma maré ascendente de mudanças globais de extremo alcance. Enfatizei repetidamente a necessidade de alterar a direção errada em que o mundo está hoje a ser administrado e também adverti das horrendas consequências de qualquer atraso nesta responsabilidade crucial.

Agora, neste valioso evento, gostaria de anunciar a todos os líderes, pensadores, nações do mundo presentes nesta reunião e àqueles que anseiam por paz e bem-estar econômico que a injusta administração econômica do mundo está agora no fim da estrada. Este impasse era inevitável uma vez que a lógica desta administração imposta era opressiva.



3) Mainardi sugere que para evitar a presença de Ahmadinejad, todos fujam para a Argentina. Seu único nexo é por ali terem sido acusados vários iranianos pelo atentado, em 1994, a um centro judaico, e estes estarem hoje protegidos no Irã. Faltou pesquisar sobre o que já foi publicado sobre o assunto, tarefa jornalística que parece não interessar ao colunista. Se feita, a constatação imediata é que até hoje é assunto controverso, repleto de contradições e falta de provas. O Irã sempre negou responsabilidades. O acusado de ser o homem-bomba na verdade foi morto no Líbano. Um juiz foi flagrado oferecendo US$ 400 mil para um depoente. E a motivação do atentado, alegada amplamente, o fim das negociações com o Irã do urânio argentino, na verdade continuaram até o atentado. Resumindo, não há nada que sugira responsabilidade iraniana. E não venha com esse papo de medo do programa nuclear iraniano, dê uma olhada na geografia do país para entender que naquela árida terra é mais do que necessário o uso de energia nuclear para alimentar de eletricidade o país.

O colunista da Veja está longe de praticar jornalismo. O que faz é usar um espaço nobre, em revista de grande circulação, para panfletar seu neomacartismo de quinta categoria.

sábado, 25 de abril de 2009

Joaquim já havia avisado...


* Ministro Joaquim Barbosa em entrevista à Folha de S.Paulo, em 25.8.2008.

quinta-feira, 23 de abril de 2009

Somos todos Joaquim!


Quem é Joaquim Barbosa.
Quem é Gilmar Mendes.

quarta-feira, 22 de abril de 2009

No campo, radicais são a UDR e a ANJ

A Associação Nacional dos Jornais (ANJ) divulgou nota sobre o conflito no último sábado, no Pará, publicada em vários de seus veículos. Em certo momento, diz o texto: “os integrantes do MST atentaram contra o livre exercício do jornalismo, aterrorizando profissionais que cobriam o evento com objetivo de informar à sociedade”.

Como assim livre exercício? Objetivo de informar a sociedade? Haja desfaçatez. Os jornalistas presentes usaram avião da Agropecuária Santa Bárbara, estiveram o tempo todo ao lado de seguranças da fazenda de Daniel Dantas, inclusive quando estes abriram fogo contra os manifestantes, onde nove foram baleados. Que isenção é essa, que nem ao menos tem o critério de ouvir o outro lado? Somente na segunda, em nota do MST, pudemos saber detalhes importantes do episódio, com fatos e nomes, que desmentem versão anterior da imprensa, onde ela dizia que os jornalistas foram usados como reféns, obrigados a caminhar na estrada tal qual escudos humanos. O cinegrafista em nenhum momento capturou imagens que comprovam isso. A nota da ANJ chega ao cúmulo de parcialidade ao afirmar que “felizmente, ninguém saiu fisicamente ferido dessa ação criminosa”. Quer dizer, os nove baleados, alguns gravemente, não contam para a sociedade que a ANJ diz representar. É uma confissão.

Para entender a clara opção da mídia, em constante fabricação do medo ao MST, sugiro a leitura de texto do professor Gilson Caroni Filho, publicado originalmente no Observatório da Imprensa e repetido no Vermelho. Nele, um sério alerta: a UDR e a CNA, que representam os interesses dos donos de terras, planejam a radicalização política, visando 2010, inclusive com ações de sabotagem produtiva, promovendo o desabastecimento. Algo já conhecido da caixa de maldades das reações contra governos populares, de Allende a Chávez. É o que se pode entender das declarações recentes de seus representantes, e que não tiveram a merecida atenção da mídia, preocupada na constante repetição dos mantras neoliberais que afirmam existir uma “modernidade rural” com o agronegócio, sem espaço atual para um reforma agrária. Diz o professor Caroni:


Há um toque de ironia que não deve ser esquecido. No Brasil, ainda são os pequenos produtores sem terra (ou com muito pouca) que abastecem o deficitário mercado de alimentos, ativador de inflação, enquanto, até bem recentemente, os créditos, financiamentos, subsídios e favores do Estado eram monopolizados pela grande propriedade. A contrapartida perversa do repasse de recursos do setor público para o privado são os conflitos do Pará ao Rio Grande do Sul e os surtos de violência entre a UDR de um lado e os sem-terra de outro.

A solução das classes dominantes para resolver o problema agrário sempre foi a redução dramática da população rural, empurrada para as grandes metrópoles em ritmo que não cessava de se superar ano após ano. Nesse quadro, o MST, movimento de maior expressividade na América Latina, logrou estabelecer o contraponto necessário.




A questão agrária no Brasil ainda é um problema grave de erro de gestão capitalista. São seus atrasados representantes os principais responsáveis pelo inchaço das cidades, com a violência urbana. Representam a mais arcaica e perversa herança colonial, escravagista, e querem posar agora de modernos gestores do “agrobusiness”. Tomem vergonha, e paguem por seus crimes.

domingo, 19 de abril de 2009

E naquele antigo feudo nordestino...

quinta-feira, 16 de abril de 2009

Lula no South Park: assim vão matar o velho



Notícia aqui.

Extra! Extra! Os blogs estão almoçando e jantando os jornais!


Eu nem falo em plágio, até podem existir coincidências, e cedemos nosso material para as boas causas. Mas, às 11h de ontem, este blog foi à visão de Debret para lembrar que o Rio de Janeiro pouco mudou em quase 200 anos. Nesta hora, os jornalistas do Extra ainda nem tinham chegado à redação. Se há algo para concluir, é o fato que a mídia corporativa está muito lenta na criatividade, está comendo a poeira dos blogs.

O travesso menino Mainardi


Diogo Mainardi é um menino malvado. Tem ódio de Franklin Martins. Sabe-se lá o porquê. Já declarou ter uma pastinha “Franklin”, onde desde 2005 coleta todas as informações sobre o atual ministro. Conseguiu demiti-lo da Rede Globo fazendo intriga sobre a indicação de seu irmão, Victor Martins, para a ANP, sendo duas vezes processado por isso. Mas segue com sua raiva juvenil. Em sua coluna retrasada, pautou a imprensa golpista com a denúncia de que Victor era citado em inquérito da PF por receber propinas de municípios, interessados em royalties do petróleo.

Os jornalões seguiram a pauta, destacaram seus melhores repórteres, e até agora o que vimos foi apenas um festival de insinuações, sem pé nem cabeça. O inquérito em nenhum momento cita o nome do irmão de Franklin. Ele aparece apenas em um documento paralelo, um dossiê, a fonte de Mairnardi, produzido por arapongas, sabe-se lá a mando de quem, com um enorme corta e cola de relatórios, matérias de jornais de caciques políticos do interior, nenhuma credibilidade. Tanto que a mídia e Mainardi, que tiveram acesso ao documento, nunca o divulgaram. As alusões chegaram a um ex-funcionário da ANP, assessor de Victor por três meses, que montou uma empresa. No meio de tantas insinuações, com a oposição ao governo se atrapalhando para tentar montar mais uma CPI anti-Lula, agora sobre a Petrobras, sobraram desentendimentos até entre a própria mídia. Ali Kamel, diretor de jornalismo da rede Globo, enviou carta à Folha de S. Paulo reclamando de nota de Nelson de Sá, que criticava o Jornal Nacional por fazer campanha contra Frankin Martins. A missiva em defesa da Rede Globo é mais uma peça Kameliana. Ali justificou ser um absurdo, foram “apenas” 11 segundos de reprodução da coluna de Mairnardi, onde o nome de Franklin aparece em destaque.

No meio dessa pândega, onde até o ombudsman da Folha confirma a intenção de atingir o ministro, o menino urra de excitação com sua caquinha. Em seu último podcast, Mainardi diz: “Tenho de repetir? Não, não tenho, mas repito mesmo assim, com prazer: Victor Martins é irmão de Franklin Martins. De novo? De novo: Victor Martins é irmão de Franklin Martins”. Brada, pueril, querendo sangue, enquanto a novela segue um rumo confuso, com novas suspeitas, tantas que poderiam até lembrar que Victor é irmão do Franklin, que foi ex-diretor da sucursal de Brasília da Rede Globo. Pronto! As organizações Globo estão nas suspeitas, como fez pilhéria o Blog do Mello. Vai sobrar para a Glória Perez, o Faustão, o Max do BBB9, a Xuxa, o Louro José, vale qualquer coisa, é travessura de menino mau.

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Imagem: "Virgem espancando o Menino Jesus", de Max Ernst, gênio do surrealismo, obra de 1928, que resultou em várias condenações ao autor. Claro que Mainardi está longe de ser Jesus, talvez ali mais para Judas, se tanto.

quarta-feira, 15 de abril de 2009

O Rio de Janeiro em dois tempos

O Rio de Janeiro, em 15 de abril de 2009, captado por câmera de sua maior rede de TV.

Há quase dois séculos, o mesmo Rio de Janeiro captado pelos olhos do francês Jean Baptiste Debret.

Pergunto:

Além de punir os responsáveis da empresa concessionária dos transportes ferroviários, quando abrirão finalmente a CPI da Fetranspor? Será que o motivo é a federação dos donos de ônibus ter laços fortes com governadores, prefeitos, deputados, vereadores, empresas jornalísticas? Ou seria porque esta CPI não poder contar com um “íntegro líder”, como Marcelo Itagiba, que recebe ordens do STF e de Daniel Dantas?

terça-feira, 14 de abril de 2009

Crise deruba mais um economista

E naquela república, aos 45 do segundo tempo...


Eu não acredito em pactos onde um lado entra com o porrete e o outro com o mercuriocromo. Tudo bem que as milícias serão enquadradas, mas o Marcelo Itagiba, chefe do Álvaro Lins, organizador do crime carioca, continuará armando seu circo no Congresso. Vão agilizar a justiça para os pobres? Ótimo, é o que queremos, mas porque precisamos de um pacto para tal? Bastava aplicar a mesma justiça feita aos ricos, ela funciona, sem pacto. Qual o motivo histórico de um acordo neste momento? Onde está presente em sua elaboração o cidadão que paga seus impostos? Este delegou à elite e ao governo todos os seus pleitos? Que democracia é esta?

Tenho motivos para acreditar que a elite, com a polícia atenta aos seus atos pela primeira vez na história brasileira, resolveu mudar as regras do jogo. Coisa de quem é dono do campo e da bola. Todo o poder ao STF, intervenção nos estados, sem algemas, crime de colarinho branco tem que ser julgado por assembléia de juízes, normas rígidas para grampos oficiais, só serão permitidos os não vistos, feitos na encolha, por empresas contratadas por gente branca e de olhos azuis etc. Que isso?

Convenhamos, é golpe. Não vou entrar em discussão sobre quem cedeu e os porquês. Apenas digo que prezo muito cada centavo do que contribuo em impostos para este teatro democrático. Quero a prometida ação agilizada no Procon para ter meu ingresso de volta.

segunda-feira, 13 de abril de 2009

Quem diria? A CNN aposta em nosso blog

Jornais são inundados diariamente por press-releases. Para quem não sabe, press-releases são documentos preparados por assessorias de comunicação com informações que seus autores acreditam ser de relevância jornalística. E assessoria de comunicação é o que não falta. Pequenas empresas, jogadores de futebol, ex-participante do BBB, todos têm seu assessor. Um grande mercado, maior hoje para jornalistas do que o de redações de jornais, rádios e TVs.

Por outro lado, para a mídia, a cada dia mais acrítica, receber a notícia pronta de uma fonte poupa trabalho e investimento em pessoal. Para quê fazer uma reportagem, apurar um fato? Melhor o corta e cola, sem pensar e duvidar.

Digo tudo isso apenas para revelar que este blog, apenas mais um “tosco” espaço de “jornalismo de fundo de quintal”, segundo seus detratores da mídia tradicional, recebeu o seu primeiro press-release, e da CNN. O Frederico Conti, do 5º Concurso Universitário de Jornalismo CNN, escolheu nosso espaço como veículo para sua divulgação. Diz ele em email que acredita “que isso pode ser interessante para você e para os leitores do seu blog Abunda Canalha”.

Tremei senador Azeredo, tremei Gilmar Mendes, Marinhos, Mesquitas e Frias.

As inscrições para o concurso começaram no dia 24 de março e podem ser feitas até dia 29 de junho de 2009. O tema deste ano é “O uso da tecnologia no desenvolvimento social.”, algo bem amplo e interessante para ser explorado. A novidade de 2009 é que o estudante (o concurso só é válido para estudantes de jornalismo) vai poder enviar um vídeo de até 2 minutos pelo YouTube, sendo que ele poderá produzir quantas matérias quiser. As inscrições podem ser feitas no site www.concursocnn.com.br e mais informações no blog do concurso, www.concursocnn.com.br/2009/blog/.

A mídia tradicional se desespera com o contraponto que os blogs fazem com suas notícias, o futuro é incerto para os jornais, mas o jornalismo está vivo e não vai morrer. Espero que surjam novos talentos neste concurso e que tenham muito o que fazer além de trabalhar para o cartel da mídia.

quinta-feira, 9 de abril de 2009

E mais uma farsa vai para o ralo

Quem viu o depoimento de delegado Protógenes Queiroz na CPI dos Grampos, tem elementos hoje para entender como parte do parlamento é fraco, despreparado, servil ao poder econômico e como nossa mídia é venal. Leiam os jornalões, se tiverem paciência. Ali está a derrota. Esperavam elementos para uma boa manchete. Nada. Repetem burocraticamente as mesmas desqualificações ao delegado que ousou prender um banqueiro. Nada contam das trapalhadas de presidente da CPI, sua tentativa aparvalhada de exibir uma apresentação em power point para desqualificar o depoente. Acabou sendo acusado em público de receber doações de campanha do banqueiro Daniel Dantas, um dos investigados pela própria CPI. Que moral tem uma CPI onde seu presidente está enredado em interesses de um condenado por diversos crimes, assunto da própria comissão?

Para as perguntas maliciosas de Marcelo Itagiba, foram significativas as recusas de Protógenes nas respostas, repetindo mecanicamente que o objetivo da CPI era investigar interceptação clandestina de grampos. Ficou clara a pauta dos interesses da CPI, seu desvio dos objetivos. Não faltaram respostas depois, frustrando a mídia que poderia dizer que o delegado calou-se por culpa. Para uma pergunta do relator, sobre evidências de escuta clandestina, o delegado fez longa exposição sobre as origens da Satiaghara, na Operação Chacal, onde Daniel Dantas foi acusado, com provas abundantes, de fazer espionagem. Para outra, contou que teve acesso aos documentos da investigação em que Gilmar Mendes acusa ter sido grampeado. Segundo ele, o documento nada explica sobre grampos, mas o nome Protógenes Queiroz é citado inúmeras vezes. Farsa!

Não estou do lado da claque do delegado, ontem presente, que o quer como uma nova liderança política no país. Mas em nenhum momento estarei ao lado de seus detratores. O delegado cumpriu com seu dever na operação. Ontem foi brilhante. Desnudou a farsa montada. Cabe agora a sociedade varrer para longe a escória, comprometida com um banqueiro corrupto.

quarta-feira, 8 de abril de 2009

Hoje é dia do Gran Circus Itagiba


Marcelo Itagiba entende tudo de picadeiro. Faz acrobacias, até mágicas. Conseguiu ficar ileso depois de ser secretário de segurança no Rio, tendo como subordinado imediato Álvaro Lins, preso por formação de quadrilha, lavagem de dinheiro e contrabando. Não deveria estar solto, é o que diz o sindicato dos delegados de polícia do Rio, Itagiba sabia de tudo. O próprio Lins já tinha dado a pista. Em 2006, na campanha eleitoral do PMDB no Rio, assim foi saudado pelo futuro deputado: “Bom dia meu amigo Marcelo Itagiba, nosso chefe”.

Hoje é dia de espetáculo na CPI do Dantas, o chefe do chefe. Itagiba já ameaçou o delegado Protógenes com indiciamento, caso não fale a verdade. Já ameaçou o ex-diretor da Abin, Paulo Lacerda, caso não compareça na quinta-feira para um terceiro depoimento e após ter enviado um documento de 90 páginas com tudo o que sabe sobre a Operação Satiagraha. Um homem disciplinador, e obediente a quem de direito. José Serra talvez possa dar seu testemunho, deve muito ao ex-delegado, especialista em grampos e espionagem no geral.

O homem certo no lugar exato. Itagiba já despachou antes um delegado que teimava em fazer seu trabalho. Aconteceu quando era superintendente da PF no Rio de Janeiro. Deuler da Rocha, o Protógenes da época, teimava em pegar Ricardo Sérgio de Oliveira, ex-tesoureiro de Serra e FHC, o homem que enchia a mala depois de cada privatização fechada. Há muitos agradecidos que até hoje beijam os pés do ex-delegado por tal feito.

Comprem a pipoca. Hoje é dia de luzes, piruetas, ilusionismo. Itagiba é um show.

terça-feira, 7 de abril de 2009

Contra a crise, jornais terão que ter peito



Parece até que o pessoal do East Bay Express lê este blog. Já fizemos pilhéria com o desespero dos jornais por idéias contra a sua crise, mas eles foram mais longe. Montaram um musical para falar do assunto, e a conclusão é mais radical: botar peitos em todas as páginas, até nos classificados.

Dica no Tiago Doria

segunda-feira, 6 de abril de 2009

A fraude da Folha contra Dilma

Antonio Roberto Espinosa, citado em entrevista na Folha de S.Paulo, contesta a versão do jornal. Em carta, enviada ao proprio jornal e a vários sites, diz o seguinte:

Encaminhei a carta abaixo à redação. E peço que todos os amigos que a façam chegar a quem acharem necessário: redações de jornais, revistas, emissoras de TV e pessoas que talvez possam ser afetadas ou se sintam indignadas pela má fé dos editores do jornal. Como sabem, sou favorável à transparência, por achar que a verdade é sempre o melhor caminho e, no fundo, revolucionária.

À coluna “Painel do leitor”

Seguem cópias para o Ombudsman e para a redação. Vou enviar cópias também a toda a imprensa nacional. Peço que esta carta seja publicada na próxima edição. Segue abaixo:

Prezados senhores,
Chocado com a matéria publicada na edição de hoje (domingo, 5), páginas A8 a A10 deste jornal, a partir da chamada de capa “Grupo de Dilma planejou sequestro de Delfim Neto”, e da repercussão da mesma nos blogs de vários de seus articulistas e no jornal Agora, do mesmo grupo, solicito a publicação desta carta na íntegra, sem edições ou cortes, na edição de amanhã, segunda-feira, 6 de abril, no “Painel do Leitor” (ou em espaço equivalente e com chamada de capa), para o restabelecimento da verdade, e sem prejuízo de outras medidas que vier a tomar. Esclareço preliminarmente que:

1) Não conheço pessoalmente a repórter Fernanda Odilla, pois fui entrevistado por ela somente por telefone. A propósito, estranho que um jornal do porte da Folha publique matérias dessa relevância com base somente em “investigações” telefônicas;

2) Nossa primeira conversa durou cerca de três horas e espero que tenha sido gravada. Desafio o jornal a publicar a entrevista na íntegra, para que o leitor a compare com o conteúdo da matéria editada. Esclareço que concedi a entrevista porque defendo a transparência e a clareza histórica, inclusive com a abertura dos arquivos da ditadura. Já concedi dezenas de entrevistas semelhantes a historiadores, jornalistas, estudantes e simples curiosos, e estou sempre disponível a todos os interessados;

3) Quem informou à Folha que o Superior Tribunal Militar (STM) guarda um precioso arquivo dos tempos da ditadura fui eu. A repórter, porém, não conseguiu acessar o arquivo, recorrendo novamente a mim, para que lhe fornecesse autorização pessoal por escrito, para investigar fatos relativos à minha participação na luta armada, não da ministra Dilma Rousseff. Posteriormente, por e-mail, fui novamente procurado pela repórter, que me enviou o croquis do trajeto para o sítio Gramadão, em Jundiaí, supostamente apreendido no aparelho em que eu residia, no bairro do Lins de Vasconcelos, Rio de Janeiro. Ela indagou se eu reconhecia o desenho como parte do levantamento para o sequestro do então ministro da Fazenda Delfim Neto. Na oportunidade disse-lhe que era a primeira vez que via o croquis e, como jornalista que também sou, lhe sugeri que mostrasse o desenho ao próprio Delfim (co-signatário do Ato Institucional número 5, principal quadro civil do governo ditatorial e cúmplice das ilegalidades, assassinatos e torturas).

Afirmo publicamente que os editores da Folha transformaram um não-fato de 40 anos atrás (o sequestro que não houve de Delfim) num factóide do presente (iniciando uma forma sórdida de anticampanha contra a ministra). A direção do jornal (ou a sua repórter, pouco importa) tomou como provas conclusivas somente o suposto croquis e a distorção grosseria de uma longa entrevista que concedi sobre a história da VAR-Palmares. Ou seja, praticou o pior tipo de jornalismo sensacionalista, algo que envergonha a profissão que também exerço há mais de 35 anos, entre os quais por dois meses na Última Hora, sob a direção de Samuel Wayner (demitido que fui pela intolerância do falecido Octavio Frias a pessoas com um passado político de lutas democráticas). A respeito da natureza tendenciosa da edição da referida matéria faço questão de esclarecer:

1) A VAR-Palmares não era o “grupo da Dilma”, mas uma organização política de resistência à infame ditadura que se alastrava sobre nosso país, que só era branda para os que se beneficiavam dela. Em virtude de sua defesa da democracia, da igualdade social e do socialismo, teve dezenas de seus militantes covardemente assassinados nos porões do regime, como Chael Charles Shreier, Yara Iavelberg, Carlos Roberto Zanirato, João Domingues da Silva, Fernando Ruivo e Carlos Alberto Soares de Freitas. O mais importante, hoje, não é saber se a estratégia e as táticas da organização estavam corretas ou não, mas que ela integrava a ampla resistência contra um regime ilegítimo, instaurado pela força bruta de um golpe militar;

2) Dilma Rousseff era militante da VAR-Palmares, sim, como é de conhecimento público, mas sempre teve uma militância somente política, ou seja, jamais participou de ações ou do planejamento de ações militares. O responsável nacional pelo setor militar da organização naquele período era eu, Antonio Roberto Espinosa. E assumo a responsabilidade moral e política por nossas iniciativas, denunciando como sórdidas as insinuações contra Dilma;

3) Dilma sequer teria como conhecer a ideia da ação, a menos que fosse informada por mim, o que, se ocorreu, foi para o conjunto do Comando Nacional e em termos rápidos e vagos. Isto porque a VAR-Palmares era uma organização clandestina e se preocupava com a segurança de seus quadros e planos, sem contar que “informação política” é algo completamente distinto de “informação factual”. Jamais eu diria a qualquer pessoa, mesmo do comando nacional, algo tão ingênuo, inútil e contraproducente como “vamos sequestrar o Delfim, você concorda?”. O que disse à repórter é que informei politicamente ao nacional, que ficava no Rio de Janeiro, que o Regional de São Paulo estava fazendo um levantamento de um quadro importante do governo, talvez para sequestro e resgate de companheiros então em precárias condições de saúde e em risco de morte pelas torturados sofridas. A esse propósito, convém lembrar que o próprio companheiro Carlos Marighela, comandante nacional da ALN, não ficou sabendo do sequestro do embaixador americano Charles Burke Elbrick. Por que, então, a Dilma deveria ser informada da ação contra o Delfim? É perfeitamente compreensível que ela não tivesse essa informação e totalmente crível que o próprio Carlos Araújo, seu então companheiro, diga hoje não se lembrar de nada;

4) A Folha, que errou a grafia de meu nome e uma de minhas ocupações atuais (não sou “doutorando em Relações Internacionais”, mas em Ciência Política), também informou na capa que havia um plano detalhado e que “a ação chegou a ter data e local definidos”. Se foi assim, qual era o local definido, o dia e a hora? Desafio que os editores mostrem a gravação em que eu teria informado isso à repórter;

5) Uma coisa elementar para quem viveu a época: qualquer plano de ação envolvia aspectos técnicos (ou seja, mais de caráter militar) e políticos. O levantamento (que é efetivamente o que estava sendo feito, não nego) seria apenas o começo do começo. Essa parte poderia ficar pronta em mais duas ou três semanas. Reiterando: o Comando Regional de São Paulo ainda não sabia com certeza sequer a frequência e regularidade das visitas de Delfim a seu amigo no sítio. Depois disso seria preciso fazer o plano militar, ou seja, como a ação poderia ocorrer tecnicamente: planejamento logístico, armas, locais de esconderijo etc. Somente após o plano militar seria elaborado o plano político, a parte mais complicada e delicada de uma operação dessa natureza, que envolveria a estratégia de negociações, a definição das exigências para troca, a lista de companheiros a serem libertados, o manifesto ou declaração pública à nação etc. O comando nacional só participaria do planejamento , portanto, mais tarde, na sua fase política. Até pode ser que, no momento oportuno, viesse a delegar essa função a seus quadros mais experientes, possivelmente eu, o Carlos Araújo ou o Carlos Alberto, dificilmente a Dilma ou Mariano José da Silva, o Loiola, que haviam acabado de ser eleitos para a direção; no caso dela, sequer tinha vivência militar;

6) Chocou-me, portanto, a seleção arbitrária e edição de má-fé da entrevista, pois, em alguns dias e sem recursos sequer para uma entrevista pessoal – apelando para telefonemas e e-mails, e dependendo das orientações de um jornalista mais experiente, no caso o próprio entrevistado –, a repórter chegou a conclusões mais peremptórias do que a própria polícia da ditadura, amparada em torturas e num absurdo poder discricionário. Prova disso é que nenhum de nós foi incriminado por isso na época pelos oficiais militares e delegados dos famigerados Doi-Codi e Deops e eu não fui denunciado por qualquer um dos três promotores militares das auditorias onde respondi a processos, a Primeira e a Segunda auditorias de Guerra, de São Paulo, e a Segunda Auditoria da Marinha, do Rio de Janeiro.



Osasco, 5 de abril de 2009



Antonio Roberto Espinosa



* Antonio Roberto Espinosa é jornalista, professor de Política Internacional, doutorando em Ciência Política pela USP, autor de Abraços que Sufocam — E Outros Ensaios sobre a Liberdade e editor da Enciclopédia Contemporânea da América Latina e do Caribe



Fonte: Vermelho

sexta-feira, 3 de abril de 2009

A compaixão de Ancelmo Gois


Chega a ser piedoso o gesto de Ancelmo Gois, colunista do Globo, ao tentar levantar a moral do pai da assessora fantasma do senador. Disse ele:


Você pode gostar ou não de FH. Você pode gostar ou não de Lula. Mas o fato é que os dois, cada um a seu modo, fazem grande sucesso no exterior.

FH, no seu tempo como presidente, brilhava em reuniões com outros chefes de estado pelo charme e pela imensa bagagem intelectual.

Lula, por causa de sua história pessoal, popularidade e carisma encanta a todos que cruzam seu caminho. Com Obama não foi diferente.



O pai da fantasma brilhava? Quando? Como? Não é verdade. Ele foi e continua sendo visto internacionalmente apenas como mais um típico político conservador da América Latina, com currículo manchado com a compra de votos com recursos públicos para sua reeleição, é o que está dito por nada menos que a Newsweek, a revista que a Veja tentou imitar. E não menos lembradas são suas radicais idéias neoliberais que o levaram a desmontar o estado para benefício de grupos econômicos amigos.

É um mito a sapiência do pai da assessora fantasma. A mídia, sua aliada, sempre trabalhou por esta imagem, que não é verdadeira. Sua carreira acadêmica sempre foi pífia comparada à de sua falecida esposa. É conhecido entre políticos e jornalistas o fato que o pai da fantasma sempre falou mal várias línguas. Recentemente, o professor Idelber Avelar, há mais de 20 anos lecionando em universidade americana, cunhou a expressão “inglês de Yásigi” para definir o que o pai da moça falava na língua de Shakespeare.

Apesar de todo o esforço da mídia, Lula, com seu headphone ligado ao incansável tradutor, andando à vontade pelos salões, conversando com todos, fez mais ali pelo Brasil no exterior do que todos os anos de marra de um presidente conservador, hoje apenas o pai de uma assessora fantasma de senador.

quinta-feira, 2 de abril de 2009

Momentos internacionais (versão bilingue)


Momentos internacionais


quarta-feira, 1 de abril de 2009

Lei de Imprensa agora só para a internet

O STF deve decidir hoje pelo fim da Lei de Imprensa, pedido do deputado Miro Teixeira, notório lobista do cartel da mídia. A lei é do tempo da ditadura e previa em alguns casos punições mais graves do que no Código Penal. Que vá. Mas o interessante é que sem a lei, a mídia continuará, talvez agora ainda com mais empenho, propondo a regulamentação da internet, via o projeto do tucano Eduardo Azeredo. Quer dizer, lei só contra a concorrência, que cresce e afeta seus negócios. Pesquisa divulgada na última sexta pela agência Reuters explica o motivo.

Enquanto isso, na Inglaterra, com quatro séculos de jornalismo, o site do The Guardian resolveu brincar no primeiro de abril com a notícia que seu jornal em papel passará a ser produzido apenas no Twitter. Foram pesados os comentários, com frases como “já vão tarde”, “árvores serão salvas”, “aproveitem para demitir os jornalistas”. Parece que faz sentido a pesquisa publicada no mesmo Guardian, onde jornalistas estão nas categorias menos confiáveis, com apenas 3%, quase rebaixados para o segundo turno, junto com os banqueiros, com 2%.