terça-feira, 26 de maio de 2009

plus c'est la même...

Primeiro, notícias do nosso companheiro Jurandir. Ele está vivo e bem, colecionando posts que irá publicar quando chegar de sua viagem ao interior. Posso adiantar, como correspondente privilegiada que sou, que não perdemos por esperar a CPI imaginária da Petrobrax, opa, Petrobras, o caminho ladeira abaixo que o jornalismo brasileiro está tomando, a liberdade de Álvaro Lins, e outras pérolas do nosso cancioneiro popular, comentadas pelo nosso querido Jura.

Então assumo o papel de coadjuvante feliz e chamo atenção para um livro sobre o qual recebi a capa e um pequeno resumo:



O dito veio em um email cujo título chamava:

Uma nova oportunidade para a sua empresa.

Ao abrir o email, leio o título do livro: Um mergulho na base da pirâmide.
E segue o resuminho: Uma obra prática e repleta de imagens que traça o panorama de uma população que já passou de esquecida a valorizada e que hoje está nos planos das grandes empresas.

Ah, a base da pirâmide, ou exércitos de reserva, ou os miseráveis, ou os que aceitam trabalhar em qualquer condição, recebendo qualquer coisa, só agora estão nos planos das grandes empresas? Hm. Como consumidores também, certo? E eles terão que trabalhar para consumir aquilo que as tais grandes empresas querem colocar como necessidades reais ou imaginárias, certo? Então eu encerro meu expediente aqui, com mais uma da canalhada.

sábado, 16 de maio de 2009

Os próximos dias

A nova patifaria dos tucanos vai encher de letras os jornais nos próximos dias. Estes inventarão assunto, recuperando suas esvaziadas pautas de ajuda à eleição do Serrosferatu. A Petrobras será o mal a ser combatido. Darão vivas a Exxon e a Chevron. E o blogueiro, ávido para entrar na briga, estará ausente. Lamento muito. Tenho uma viagem inadiável, ainda sem data de retorno, onde provavelmente ficarei sem acesso a internet. Mas volto a tempo para algumas bordoadas na canalhada. Não vou perder este arranca-rabo.

quinta-feira, 14 de maio de 2009

Não tenho saudades


Tenho ainda vivo na memória os derradeiros momentos da finada ditadura militar, eles me lembram do cheiro de um velho mimeógrafo. Sou de uma geração que varava madrugadas para distribuir no dia seguinte pequenos panfletos, os “posts” da época, onde imaginava ali contribuir para uma revolução, no mínimo. Na pior das hipóteses, botar pijamas nos velhos generais. Ganhou esta. Mesmo assim, comemorei “pacas”, como dizia à época. Talvez por imaginar que alguns daqueles poucos panfletos que consegui rodar, naquela velha maquineta de grêmio estudantil, que teimava em rasgar o estêncil, tinham feito seu estrago, tal como desejava.

Sempre lembro disso quando converso com novas gerações, que já cresceram com computadores, alguns já com a internet. Era uma tarefa tosca, demorada. Para se ter uma idéia, fechar o texto com várias nervosas cabeças juvenis, com infinitas questões de ordem, era o mais rápido. Produzir, um sufoco. Cada erro de digitação na matriz tinha toda uma delongada técnica artesanal para a correção. Apenas valia pela farra noturna, sustentada por fortes bebidas baratas, que motivavam alguns erros pavorosos nos textos e na diagramação.

Missão cumprida. Não veio a revolução socialista, tal qual eu lutava, mas a digital. Paciência, e viva! Ficou muito fácil a tarefa de distribuir aquelas poucas centenas de caracteres. E ainda com figurinhas coloridas! Maravilha! E muito mais. O público agora é planetário, se interessar. Antes, algo restrito, escondido, com o temor constante de sermos apanhados pela vigilante repressão política.

Pois, sobre esta conquista há ameaças pairando. A informação sempre foi revolucionária. E a liberdade de expressão é um permanente incômodo para o poder econômico e seus variados gerentes. Neste momento, querem mudanças na lei para neutralizar o que alcançamos. Usam de pretextos para justificar propostas de controle. O objetivo é claro, inibir o cidadão de expressar seu pensamento. Querem que a informação apenas circule com o aval do cartel da mídia, que tem em seu DNA a ideologia de quem detêm o poder, e que agora pode trabalhar sem nenhuma lei que regulamente sua atividade. Artigos, parágrafos, alíneas, incisos, apenas para o cidadão que deseja opinar. Querem a volta dos mesmos temores, agora sob a vigília do judiciário.

Mesmo sem nova lei, já temos hoje uma boa amostra do que desejam no futuro: o site VG Notícias, de Várzea Grande, MT, que fica a menos de 200km de Diamantino, cidade do presidente do STF, Gilmar Mendes e seus capangas, está proibido de publicar noticias sobre o prefeito licenciado da cidade, Murilo Domingos. A decisão é do juiz titular da segunda Vara Cível do município, Marcos José Martins de Siqueira, que não levou em conta a defesa da jornalista responsável pelo site, Edina Araújo, que afirmou que todas as matérias publicadas pelo site são baseadas em documentos públicos e podem ser comprovadas. A decisão do juiz é um primor de incoerência e prepotência. diz:

“É bem verdade que a postura de impedir a veiculação de matéria jornalística, via de regra, implica ofensa ao Direito Constitucional da Informação. Contudo, quando a notícia apresenta potencial prejuízo à imagem, deve, excepcionalmente, subordinar-se aos necessários ajustes, sem que isso implique desrespeito à Constituição Federal”

Como assim? O prejuízo da imagem é ofensa que justifica “excepcionalmente” desrespeito ao direito à livre expressão, garantido pela maior lei, a Constituição? Como ficaria, então, a recente denúncia de Diogo Mainardi contra Victor Martins, diretor da ANP, que não foi comprovada? O tempo todo ele sustentou, com empáfia, que era mesmo uma tentativa de atingir o ministro Franklin Martins, irmão de Victor. Que juiz impediria as próximas colunas do fasciscolunista da Veja, baseado no mesmo princípio de prejuízo da imagem?

Amigos, é briga, e das boas. Em meus não tão bons tempos eu diria que é mais um capítulo da tal luta de classes. Nesta quinta-feira tem ato na Assembléia Legislativa de São Paulo contra o AI-5 Digital, o projeto do senador Azeredo. Não vamos permitir que acabem com nossa conquista. Não quero voltar para o meu velho mimeógrafo.

segunda-feira, 11 de maio de 2009

Pílulas do final de semana

Não li os jornais neste domingo. Faltou tempo e paciência. Mas, descubro a cada dia que a previsível mídia é dispensável. Comento em pílulas o que de interessante li neste final de semana:

O Twitter virou namoradinho da nossa mídia. Todos os dias publicam matérias sobre o assunto. Nelas, um misto de admiração com temor, já que há os que falam que é sintoma do futuro, onde a mídia tem a obrigação de estar presente. Tenho sérias dúvidas. Ler notícias no Twitter é muito chato, confuso. Sou muito mais em agregar RSSs em um leitor, uso o Google Reader. Assim, posso rapidamente saber quem atualizou e com o quê. Acho engraçado que o assunto RSS x Twitter seja motivo de discussão de gente séria. São coisas diferentes. O inegável é que o Twitter é um ótimo termômetro para repercussão de assuntos. Agora mesmo, no Fora Gilmar, foi onde podíamos acompanhar instantaneamente o que acontecia e estava sendo publicado na mídia eletrônica e nos blogs. Tirando isso, mantenho algumas desconfianças, já que até a revista Capricho dá dicas de utilização do Twitter.

Para a crise dos jornais americanos, uma das mais graves bordoadas foi a perde de receita com classificados. E o responsável foi a Craiglist, onde os americanos compram, vendem, alugam, divulgam de tudo, e de graça. No Brasil, os jornalões ainda não sofreram com esta concorrência. Resta ver como será o breve futuro, e ele parece reservar surpresas. Enquanto a Craiglist é fenômeno restrito aos EUA, o mercado do resto do planeta está sendo atacado por empresa concorrente, a OLX, que já tem presença em 89 países, em 39 línguas. Ela acaba de receber mais grana de novos sócios e prepara um bote agressivo no mercado. Em 2007 já havia comprado a Endeng.cn, empresa chinesa de classificados grátis, e o Mundoanuncio.com, site para o mundo dos classificados de língua hispânica. É game de monopólio. Mesquitas, Frias e Marinhos devem estar nervosos.

Não li o Ancelmo Gois, mas li o Abobrinhas Psicodélicas que comentou nota do colunista sobre a notícia que Lula receberá das mãos da Rainha Elizabeth II, em Buckingham, o prêmio Chatham House por sua contribuição à paz e ao desenvolvimento no mundo, durante o ano de 2008. Se fosse o FHC estaria na primeira página, não em nota interna, inclusive com erro de grafia no nome do prêmio.

Não li também a Veja, mas estranhei a revista voltar seus holofotes para um nome tucano, como o da governadora do RS, Yeda Crusius. Mas fica fácil de entender lendo o Cristóvão Feil no Diário Gauche. A Veja manobra para os interesses de Serra em 2010. Vão cortar um dedo gangrenado para salvar o resto. E sem pudor usam grampos clandestinos para a reportagem, logo a revista que alimentou a CPI dos Grampos com indignação contra as escutas telefônicas autorizadas judicialmente na Operação Satiagraha.

Eu estava como a Mary W, assim meio ué sobre o assunto da reforma política e o tal “voto em lista”, que recebe pancada de todo lado do cartel da mídia. Neste domingo, o Elio Gaspari também dá suas cacetadas e o Blog do Gadelha detona os argumentos, explicando com máxima clareza como funciona nossa representação democrática, lembrando inclusive que “voto em lista” já é praticado no Brasil em várias situações, como eleições sindicais, de clubes, de direções partidárias, e é também utilizada em outros países. Não estou mais ué.

Vem cá. Os EUA invadiram o Afeganistão pelos argumentos do assassino Bush de que os talibans, antigos aliados contra os soviéticos, eram terroristas, que escondiam Osama Bin Laden, que escondiam suas mulheres em burcas, que o país precisava experimentar a democracia. Passados oito anos, Osama bin Laden nunca foi achado, as mulheres continuam a usar burcas, e o Afeganistão passou a produzir 80% da heroína mundial. Os EUA continuam sua ocupação e voltam a bombardear o país, matando civis. Parece que Obama quer dar sua contribuição para a continuação do genocídio contra os muçulmanos.

O que os executivos do Google foram conversar com Gilmar Mendes na última segunda?

domingo, 10 de maio de 2009

sábado, 9 de maio de 2009

O Rei da Vela – Versão Extended


Como o amigo Cloaca News gostou, resolvi fazer hora-extra para terminar o trabalho. Segue nova versão. Em breve, outra, extra large, com uma terceira vela...

sexta-feira, 8 de maio de 2009

quinta-feira, 7 de maio de 2009

Onde foi parar a gripe suína?


E o showrnalismo sobre a gripe suína foi pro ralo. Já sumiu das primeiras páginas. Qual será o próximo enredo de terror? Façam suas apostas.

[Post estilo Twitter. Exatos 140 caracteres. Ainda não peguei gosto pela coisa, mas gosto de minimalismos. Menos é mais.]

A imagem é do Pig, el hombre cerdo, que peguei no Desculpe a Poeira, que pegou no Brunoise, que pegou no Mundo Bocado.

O rei da vela

quarta-feira, 6 de maio de 2009

Notícias do desespero: jornais desencavam uma velha trosoba


Pronto, é a luz, saiu no New York Times. Os donos da mídia descobriram como vocês lerão os jornais em breve futuro. É fácil, basta levar esta trosoba por aí. Quase cabe no bolso, né? E deve ser ótimo para matar moscas. Só não serve para embrulhar peixes.

O interessante é que estão desenvolvendo a tecnologia há um bom tempo. Digamos, desde o final dos anos 80. Vejam só:


Posso estar enganado, me cobrem, mas a saída não é por aí.

É hoje, quarta-feira: Xô Gilmar! Em DF, SP e BH




E para quem estiver no Rio, um grande evento:

"O que ameaça a liberdade de imprensa? E quem a imprensa ameaça?"

Como parte das comemorações do Dia Mundial da Liberdade de Imprensa, o Centro de Informação das Nações Unidas para o Brasil (UNIC Rio de Janeiro), a Organização das Nações Unidas para Educação, Ciência e Cultura (UNESCO), a Escola de Comunicação da Universidade Federal do Rio de Janeiro (ECO/UFRJ) e o Intercom Sudeste, realizam o Seminário "O que ameaça a liberdade de imprensa? E quem a imprensa ameaça?".

O evento – com entrada franca - acontece no dia 06 de maio de 2009, a partir das 9h00, no Fórum de Ciência e Cultura da UFRJ e contará com a presença do Ministro Franklin Martins, da Secretaria de Comunicação da Presidência da República.

Programa:

9h00 Abertura do evento

Diretora da ECO/UFRJ, Ivana Bentes
Diretor do UNIC Rio, Giancarlo Summa
Coordenador de Comunicação e Informação da UNESCO, Guilherme Canela Godói

9h30 às 10h30: "Da censura à liminar: a liberdade de imprensa atacada"

Palestrantes: Júlio César Pompeu e Elvira Lobato

Júlio César Pompeu - Graduado em Direito pela PUC-Rio e Filosofia pela UERJ. Mestre em Direito pela PUC-Rio e Doutorando em Psicologia Social pela UFES. Professor de Ética do Departamento de Direito da UFES. Conselheiro do Conselho Estadual de Ética Pública do Estado do Espírito Santo.

Elvira Lobato - Formada em jornalismo pela UFRJ, trabalha na Folha de S. Paulo desde 1984 e é repórter especial do jornal desde 1992. Acompanha o setor de radiodifusão desde 1994 e é autora do livro Instinto de Repórter. Venceu o grande prêmio anual da Folha em 1999 e 2004, e o Prêmio Esso de Jornalismo em 2008.

10h30 Intervalo

10h45 às 11h45 “Direito de resposta: os desafios da informação no Brasil”
Palestrantes: André de Carvalho Ramos, Gustavo Gindre e Franklin Martins

André de Carvalho Ramos - Procurador Regional da República, Professor de Direito Internacional e Direitos Humanos da Faculdade de Direito da Universidade de São Paulo (USP), Doutor e Livre-Docente em Direito Internacional, ex-Procurador Regional dos Direitos do Cidadão do Estado de São Paulo (2000-2002) e autor de vários livros de direitos humanos, entre eles Responsabilidade Internacional por Violação de Direitos Humanos (2004), Teoria Geral dos Direitos Humanos na Ordem Internacional (2005), Direitos Humanos na Integração Econômica (2008).

Gustavo Gindre - Jornalista graduado na UFF, com pós-graduação em Teoria e Práxis do Meio Ambiente (ISER) e mestre em Comunicação e Cultura na UFRJ. Fellow da The Ashoka Society, autor do livro Comunicação nas Sociedades de Crise e co-autor do livro Comunicação digital e a construção dos commons. Membro do Coletivo Intervozes e conselheiro eleito para o Comitê Gestor da Internet (CGI.br).


11h45 às 12h15 Perguntas e respostas

12h15 - Conclusões finais e encerramento

Franklin Martins - Ministro da Secretaria de Comunicação Social da Presidência da República, foi vice-presidente da União Metropolitana dos Estudantes, Presidente do Diretório Central dos Estudantes da UFRJ, ex-preso político, e fez parte do Movimento Revolucionário 8 de Outubro. Viveu no exílio e mais de cinco anos em clandestinidade no Brasil, Anistiado, trabalhou em diversos jornais, como Hora do Povo, O Globo e Estado de S. Paulo. Foi correspondente do Jornal do Brasil em Londres e repórter especial, colunista político, editor de política e diretor da sucursal de Brasília de O Globo. Trabalhou também como comentarista político da TV Globo, da Globonews, CBN e Bandeirantes, e foi colunista no portal IG.

Moderador: Siro Darlan de Oliveira - Desembargador da 7ª Câmara Criminal do Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro e Juiz da Infância e da Juventude do Rio, de 1991 a 2004. Possui pós-graduação em Direito da Comunicação Social da Universidade de Coimbra (Portugal). É ex-presidente do Conselho Estadual de Defesa da Criança e do Adolescente do Rio de Janeiro.

Serviço:

Seminário “O que ameaça a liberdade de imprensa? E quem a imprensa ameaça?"
Dia: 06 de maio de 2009 (quarta-feira)
Horário: 9h00 às 13h00
Local: Fórum de Ciência e Cultura da UFRJ (Auditório Pedro Calmon) Campus Praia Vermelha - Av. Pasteur, 250. Praia Vermelha -
Rio de Janeiro.

Entrada Franca

terça-feira, 5 de maio de 2009

Leandro Fortes e o silêncio capanga

Excelente o retorno ao blog “Brasília, eu vi” do jornalista Leandro Fortes. Para quem não lembra, ele é repórter da Carta Capital e autor de duas matérias inevitáveis sobre Gilmar Mendes. Em uma, relata a vida empresarial do presidente do Supremo, a estranha ética que emprega diversos de seus colegas e recebe agrados decisivos, como desconto de 80% no valor do terreno de seu instituto. Na outra, a versão faroeste de Gilmar, até então desconhecida. O repórter esteve em Diamantino, em Mato Grosso, terra da família Mendes, e revelou que lá os valores republicanos do presidente são outros. Foi esta última reportagem que motivou a frase de Joaquim Barbosa sobre capangas, e que a mídia comprometida não explicou aos seus leitores. É sobre este silêncio que Leandro comenta hoje em post. Ele, que ao dar aulas de jornalismo ou em palestras por todo o Brasil, sempre é perguntado sobre a falta de repercussão da Carta Capital. Vale a leitura, Leandro é fundamental reforço à blogosfera.

segunda-feira, 4 de maio de 2009

Ato simultâneo em São Paulo e Brasília



Tendo em vista a vergonhosa atuação do Presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), Gilmar Mendes, e aproveitando o momento de desabafo do Ministro Joaquim Barbosa, será realizado o ATO “VIGÍLIA POR UMA NOVA LUZ NO JUDICIÁRIO”, para o qual você está convidado. A manifestação será norteada pelo seguinte slogan: Gilmar “Dantas[1]”, saia às ruas e não volte ao STF”.

O Ato ocorrerá no dia 06 de maio (quarta-feira), às 19:30, em frente ao prédio do Tribunal Regional Federal (TRF) da 3ª Região, situado na Avenida Paulista, nº. 1842. Antes, será realizada uma concentração às 19:00 em frente ao Metrô Consolação (lado par), que seguirá às 19:15 para o prédio do TRF.

O Ato faz parte de uma série de mobilizações organizadas pelo “MOVIMENTO SAIA ÀS RUAS”, que reunirá em Brasília, no mesmo dia e horário, milhares de pessoas em vigília, em frente ao STF. O movimento foi assim batizado por incluir um duplo sentido: o Gilmar deve sair às ruas, mas o povo também, para exigir uma nova luz sob o judiciário.

O ministro Gilmar Mendes está destruindo a credibilidade da Justiça Brasileira, e São Paulo também deve pedir sua saída. Venha participar dessa vigília e acreditar que uma nova forma de fazer justiça é possível. Compareça e traga sua vela!

Data da cidadania: 06/05 (quarta-feira)

Horário: 19:30

Local: Avenida Paulista, nº. 1842 (Prédio do Tribunal Regional Federal da 3ª Região)

A causa e as propostas do “MOVIMENTO SAIA ÀS RUAS” podem ser conhecidas pelo seguinte blog: http://saiagilmar.blogspot.com

***

Reproduzido do Vendedor de Bananas.

Justiça garante liberdade a grande mídia e censura mais um blog

Para a mídia corporativa, toda a liberdade, garante o STF ao eliminar a Lei de Imprensa, herança do final da ditadura, que visava controlar a imprensa alternativa, não os jornalões e suas rádios e TVs. Para blogs, a banda toca diferente. No Maranhão, o Tribunal de Justiça determinou ao Blogue do Colunão, do jornalista Walter Rodrigues Jr, que retirasse todos os posts com reprodução de dados de relatórios do Conselho Nacional de Justiça e da Corregedoria de Justiça do Maranhão, onde ficam expostas diversas irregularidades da 6ª Vara Civil. Entre elas, na análise de quase 2 mil processos, estão, de um lado, a morosidade no julgamento de processos e, do outro, a rapidez em questões “excepcionais” envolvendo o pagamento de indenizações milionárias, por exemplo.

Que justiça é essa que censura para esconder seus próprios atos? E que estupidez é essa que determina que o próprio autor retire as matérias reproduzidas em outros blogs? Diz o jornalista e blogueiro:

Acabo de receber mais uma ordem judicial, transmitida com urgência por uma (In) Justiça que nunca foi tão célere.

Desta vez é para tirar do ar todas as matérias, com respectivos títulos e comentários, que se refiram ao juiz Abraham Lincoln Sauaia, da 6a vara cível, inclusive a que resume informações constantes de relatório do CNJ (Conselho Nacional de Justiça) e da própria Corregedoria de Justiça do Maranhão.

Mais: até uma carta do desembargador Stélio Muniz ao Colunão deve ser escondida dos olhos dos leitores, apenas porque seu teor aborrece aos dois magistrados, o que requereu e o que deferiu a borracha.

Hoje de manhã, acatei a censura da matéria “Sauaia e o escândalo da Caema”, determinada, no chamado Plantão Civil, pelo juiz Raimundo Sampaio Silva. Acerca do qual não se pode esquecer que já passou cerca de três anos suspenso das funções, em consequência de relatório de correição extraordinária de conteúdo arrasador.

Pensei no momento que era muita falta de sorte minha que o pedido de Sauaia fosse formulado justamente quando Sampaio se achava no Plantão. Mas, tranquilo, deixei para cuidar na segunda-feira das providências cabíveis junto ao Tribunal de Justiça.

Agora não foi mais o plantonista. Foi a chamada “distribuição automática”, imagino, que fez cair o processo nas mãos do juiz Douglas Amorim.

Amorim é o mesmo que, em fevereiro, veja só que coincidência, foi sorteado pelo destino para apreciar e conceder um pedido de censura do Colunão, apresentado pelo juiz Luiz Gonzaga, da 8a vara cível. Na época, mesmo discordando, acatei a ordem e interpus agravo no TJ, que até hoje não foi julgado.

Anote também que Amorim e Gonzaga e Sauaia são parceiros não somente no ofício, mas também nos procedimentos duramente criticados tanto no relatório do CNJ, quanto na correição do TJ.

Visto os autos etc, estamos num impasse. Não dá para submeter o Colunão ao capricho de juízes cujo poder não parece ter limite e que tratam os direitos constitucionais do cidadão e do jornalista como vaga referência ao que devia ser, mas não é.

Também não dá para simplesmente ignorá-los, porque não há certeza de que o Estado de Direito esteja em vigor no Maranhão.

Minha resposta então é que impetrarei mandado de segurança com pedido de liminar contra esses desmandos. Por mais otimista que pareça, estou confiante. Enquanto aguardo, pedirei à Elo Internet que tire o saite do ar. Antes isso que mutilá-lo ao gosto da ditadura forense, permitindo que vire moda o que devemos rejeitar como anomalia.

Voltarei assim que o TJ restabelecer a ordem.

Meu e-mail é wr.walter@uol.com.br.

PS — Tanto o mandado de Sampaio, quanto o de Amorim, determinam que eu retire as matérias também de “outros blogues” que as estejam reproduzindo... Sem comentários, já que nenhum comentário educado é possível.


Toda nossa solidariedade ao Blogue do Colunão. E aqui cedemos nosso espaço para suas denúncias.

Por uma nova Justiça no Brasil!

Jornalistas, verdades e mentiras

O DJ colunista do Globo cita Gay Talese para dizer que jornalistas e jornais são os maiores interessados na verdade. “Porque no prédio de qualquer redação de um jornal respeitável, a qualquer momento, há menos mentirosos por metro quadrado do que em qualquer outro prédio”, diz o jornalista e escritor americano, segundo o amante de jazz.

Não é o que acontece no prédio do jornal O Globo. Na manchete do último domingo sobre o bolsa família, o que percebi foi uma tosca tentativa de se reinventar a verdade, em clara contradição ao que foi apurado pela própria reportagem em vários depoimentos de beneficiários do projeto social do governo, uma teimosia em mudar a realidade.

A reportagem apura números que demonstram o tamanho da coisa: 29% da população do país é atendida, 50% em 6 estados do nordeste, alguns municípios chegam a quase totalidade de sua população, como é o caso da cidade de Junco, no Maranhão, com 95,7% de beneficiários em seus 4.101 moradores. O tom dado é a defesa da tese do jornal (e da oposição ao governo Lula) em reconhecer a amplitude do projeto, mas o chamando de populista, com interesse eleitoral, ressaltando a sua ineficiência em dar alternativa de saída da pobreza para essa população, dependente do benefício.

Para justificar, alguns depoimentos soam patéticos. O prefeito Arcênio Almeida Gonçalves Neto (PRB), de Canudos, presenteia o jornal com título em destaque. Para ele, o projeto deixa as pessoas preguiçosas, criando um problema para arrumar quem queira fazer trabalhos domésticos. Quer dizer, os que empregam domésticos terão que pagar melhor, este é o problema. A mesma linha é adotada em outros títulos, que sugerem a dependência e a falta de esperança, mas logo desmentida abaixo, nos depoimentos. Diz Elenice Maria Carvalho, com quatro filhos, beneficiária em São Luiz: “Compro tudo em comida, e a gente consegue comer durante todo o mês. O bolsa família nos permite pensar mais na vida, em ir atrás de emprego e fazer alguns serviços quando pintam. Antes, passávamos o tempo todo pensando no que comer".

A tentativa de provar que o projeto não consegue dar solução chega ao ponto de inquirir a coordenadora do projeto em Recife por números dos que já saíram da dependência. O projeto é recente, um dado que está em todos os depoimentos, sem exceção, é que as famílias ouvidas têm seus filhos na escola, determinação para o benefício, que exige freqüência de 85% e de 75% para cursos de ações socioeducativas para os maiores de 16 anos. Mesmo assim, o Globo desdenha, desqualificando pelo fato da demanda destes cursos ser superior a oferta.

É muita tentativa de falsear com a verdade, em projeto simples, de cunho liberal, onde não deveria haver dúvidas sobre sua necessidade, que tem impactos profundos para milhões de brasileiros. Mas, é bombardeado pela mesquinharia dos interesses eleitorais dos que desejam voltar ao poder, e de quem o Globo é porta-voz.

Fico com o mesmo Gay Talese, sobre os mesmos jornalistas, em entrevista de outubro de 2007:

Em primeiro lugar, penso que muitos jornalistas são bastante preguiçosos. Preguiçosos e gostam que alguém os alimente com colheradas de informação na boca, como no caso das armas de destruição de massa em 2003... Você têm os que conseguem empacotar a notícia, com uma certa linha de reportagem, um cenário, mas são, tal qual Mailer disse certa vez sobre a imprensa, uns burros. Você tem que alimentar o burro. E o burro todo o dia quer comer. Assim, (os interesses especiais) lançam a informação para este animal maldito que come tudo. Latas vazias, lixo.

Gay Talese