− Estou bolado com a quebra do Carlyle Capital. Tem a maior cara de escândalo da Enron, alguns personagens são os mesmos...
− Quem?
− Pô, a família Bush. Ken Lay, fundador da Enron, foi o principal financiador das campanhas políticas de Bush. Amigão do peito. Os negócios eram estreitos com a Casa Branca. O congresso americano tentou cobrar, falaram grosso, a mídia saiu de fininho. Eles tinham foco nos investimentos em energia, expertise dos Bush e bando, ficavam no Texas, as ligações são grandes...
− Ah...tá, e o Carlyle Capital?
− Faz parte do Carlyle Group, empresa com negócios diversificados. Até há pouco, Bush pai era um de seus diretores. Você viu o Fahrenheit do Michael Moore? Ele mostra isso...
− Ah, mas o Michael Moore...
− Nem vem, é notório. Uma das empresas do grupo é a United Defence, uma das maiores empresas mundiais da indústria armamentista, donos dos tanques Bradley, canhão Crusader entre outras traquitanas mortíferas que fizeram a festa em Bagdá.
− Não vejo nada de errado...
− Cacete! Sabe quem eram diretores, sócios? A família Bin Laden. Pensa só: um membro da família, dizem, faz um atentado. Em reação, uma guerra. Os negócios da família prosperam intensamente. E não fica só. Qual o grande negócio original dos Bin Laden, que fez a fortuna de seu falecido pai?
− Sei lá.
− Indústria de construção. Na reconstrução do Iraque quem estava junto com a Halliburton do vice-presidente Dick Cheney? Os Bin Laden. Quer dizer, os caras, todos eles, estão envolvidos com destruição e reconstrução, apropriação de recursos de outros, petróleo, quebra de empresas, mamatas. A lista é grande.
− Você é um exagerado e crédulo em teorias conspiratórias. Eles são homens de negócios que sabem enxergar oportunidades.
− Pomba, eles ferraram com um montão de pessoas, tem armação em tudo, picaretagem braba, e o Bush vai terminar seu segundo mandato, talvez reelegendo o candidato do seu partido. Enquanto isso, o governador de NY perde o cargo, talvez a licença de advogado por uma ferradinha em garota de programa...
− Ah, mas aí já é diferente... Por falar nisso, você viu a moça? Hummm...
− ...
Justa homenagem a Raphael Martinelli
Há 4 horas
6 comentários:
A recente barbárie do triunvirato 11/9 - Afeganistão - Iraque é o mais recente exemplo histórico da equivalência entre consumo e destruição no capitalismo.
Este ponto é ótimo para uma bela análise. O capitalismo em sua fase imperialista bate a cabeça no teto. Precisa se reproduzir, e de maneira ampliada, o que encontra? Mercados e recursos nos seus limites. Daí, destruição e reconstrução é sua melhor saída. Resta ver até quando conseguem sustentar a farsa de sua democracia.
E o porquê disso tudo tá num ponto só - no capitalismo, uma dada ETAPA do processo produtivo, a troca, se torna um fim em si mesmo - quem é dono de um negócio qualquer PRECISA expandir o valor de troca das mercadorias que comercializa, senão é destruído (ou vai à falência ou seu negócio é engolido por um capital maior). Daí "bate a cabeça no teto". Até agora, tem-se dado um "jeitinho" para manter o sistema funcionando, sempre em um "ponto de equilíbrio" instável - traduzindo em miúdos - interferência estatal, guerras, destruição proposital da produção (como, por exemplo da História do Brasil, quando se jogou café no mar para manter o preço da commoditie em alta), a tendência de produzir bens-de-consumo "duráveis" com rotatividade mercantil cada vez mais elevada.
As potencialidades construtivas do capitalismo já deram o que falar. Agora a própria espécie humana está em vias de extinção, caso cointinuemos a esgotar os resursos naturais e humanos disponíveis para satisfazer a fome do capital e a farra financeira descabelada.
Pois é, o capitalismo é o sistema dos jeitinhos, sempre creditando ao santo mercado as saídas. Mas tudo tem seus limites. Quem vai dar solução para o tamanho desafio dos recursos que se esgotam, com o planeta vivendo seu ambiente ser detonado, com as grandes cidades explodindo na pobreza e sua conseqüente violência? A burguesia não tem proposta e os fascistas se assanham. Creio apenas que muito em breve teremos que optar entre socialismo ou barbárie.
vejo um futuro assustador, com o retorno das relações trabalhistas a um momento no qual os trabalhadores nem classe - para si - eram.
voltamos a ser assim, olhe aí seu redor.
a resgulamentacao do trabalho destrói a consciencia de classe, a onda é competição, é um pisando no pescoço do outro. mata a luta por direitos - a não ser os "individuais" e daí, nem o estado do bem estar social faz mais sentido.
eu temo a barbárie mesmo. sou otimista não :(
seu, seu, seu...
machistaaaaa
amigo é foda ;P
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