O Blog do Mello fez no último sábado uma das mais esclarecedoras observações sobre a hipocrisia de nossa mídia. No jornal O Globo, no mesmo dia, na página 2, na coluna “Por dentro do Globo”, uma enfática declaração sobre o “método” jornalístico adotado pelo jornal para a escolha de fotos no caso Isabela. Diz o jornal:
“Desde o primeiro momento, O GLOBO evitou publicar as imagens de Alexandre Nardoni e Anna Carolina Jatobá, pai e madrasta da menina Isabella, assassinada no dia 29 de março. Nosso entendimento foi o de que sem acusação formal e sem laudos técnicos que dessem base para qualquer decisão, seria precipitado expor publicamente pessoas que, se posteriormente inocentadas, já poderiam ter sido “julgadas” pela imprensa e pela opinião pública.”
Interessante, né? É um bom critério.
Mas, no mesmíssimo jornal, no dia 16/4/2008, publicaram esta foto:
São todos negros, favelados, moradores do Morro do Alemão, que estão amarrados, posando sob mira de armas, acusados de pertencerem ao tráfico.
Os critérios do jornal para quem é da classe-média são bem diferentes dos adotados para com os favelados.
domingo, 20 de abril de 2008
Para favelado, a ética da mídia é outra
Postado por Jurandir Paulo às 20:42
Marcadores: quem lê tanta notícia
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2 comentários:
É a mesma coisa que eu penso.
Cheguei no seu blog através de comentário indicando-o no blog do Nassif. Gostei muito. A matéria acima ilustra bem o que a gente tá careca de saber: se a Isabella fosse uma favelada não iria merecer mais do que uma nota de rodapé dos jornalões conhecidos. Com relação ao episódio Soninha/Nassif tenho que lhe confessar que estou com um pé atrás com relação a Soninha, desde sua decisão de trocar de partido (em posições absolutamente opostas no Congresso -= PT/PPS) com a evidente intenção de conseguir uma vaga para disputar a prefeitura de SP. Direito dela? Claro, mas desta forma...
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