O colunista Ancelmo Gois, no Globo de quinta-feira última, publica foto de manifestantes recolhendo votos no plebiscito que pede a anulação da venda da Vale do Rio Doce. Diz que a votação não empolgou. Segundo ele, por que o governo dá apoio envergonhado à causa, já que a campanha eleitoral de Lula recebeu R$ 4,3 milhões da mineradora.
Inaugurou a explicito conceito do toma-lá-dá-cá no jornalismo, algo antes só creditado às hordas dos maus políticos. Se recebeu, deveria ter ficado quietinho. O mesmo diz quanto a CNBB, que ganhou contribuição para a Campanha da Fraternidade. Agora, traindo quem lhe agradou com o regalo, pede a revisão da venda da Vale.
Talvez este comentário do jornalista ajude a melhor entender o processo, cercado de controvérsias. Afinal, a empresa foi vendida por pouco mais de três vezes seu lucro líquido ao ano. O lance inicial foi proposto por um grupo de avalistas, entre eles o Bradesco, que se tornou sócio da mineradora após o leilão. Sem falar na atuação na venda do senhor Ricardo Sérgio de Oliveira, ex-tesoureiro de FHC e Serra, suspeito à época de atuar para fazer uma caixinha de R$ 15 milhões, sabe-se lá para o que, ou para quem . Quem sabe para também agradar com minos aos que poderiam atrapalhar a venda de um patrimônio que contava com a maior frota de graneleiros do mundo, a maior mina de ferro do planeta?
Suspeita-se agora, no comentário do jornalista, que a nossa grande mídia possa também ter entrado na farta distribuição destas prendas. Na época ela olhou para o outro lado, foram poucas as vozes dissonantes que acusaram a falcatrua.
sexta-feira, 7 de setembro de 2007
O jabaculê institucionalizado
Postado por Jurandir Paulo às 19:20
Marcadores: quem lê tanta notícia
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