A vocação lacerdista dos cariocas berrou nestas eleições. Interessante que mudam gerações, mas velhas idéias ainda estão presentes, mesmo que com roupagem nova.
A dita esquerda continua dividida e ajudou no resultado final com suas visões e interesses particulares. Entregou o ouro ao bandido mais uma vez na história. Faz isso com propriedade há mais de um século no planeta. Sem culpa.
Apenas um tanto diferente, a mídia hoje é única. Mas as maldades são as mesmas. Lacerda teve mais dificuldades. Tinha a dele, mas teve que enfrentar outra. Agora, não há polêmica, idéias. Todos os candidatos são apenas caras, números, ou parcas idéias do que representam. Ganha quem melhor agregar algum sentido. O photoshop vale mais hoje do que palavras. Debate? Pra quê? Colocam a culpa no coitado candidato do PDT, como é mesmo o nome? Mentira. Foi escolha estratégica. Quem berrou e foi ouvido?
E segue nossa vocação udenista. UDN??? Isso é passado! Vamos fazer agora tudo diferente. Mesmo que bem igual ao já feito.
segunda-feira, 6 de outubro de 2008
Vamos fazer "diferente"
Postado por Jurandir Paulo às 04:37
Marcadores: Eleições municipais
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3 comentários:
Para mim, que cresci politicamente lendo "O que é isso companheiro", "O crepúsculo do macho" e "Entradas e bandeiras" na adolescência, Gabeira representa um grande avanço político.
Não vejo lacerdismo nem udenismo nele.
André, certamente somos de distintas gerações. Eu ainda nem tinha aprendido a namorar quando li “História da riqueza do homem”, de Leo Huberman. Ali uma janela se abriu. E passou o tempo, com mais leituras, conversas e a sorte de alguns poucos e bons professores. Já estava bem crescidinho quando li o Gabeira, que nada acrescentou aos meus arquivos mentais. Mas em parte você tem razão, Gabeira é muito diferente de Lacerda. Este era conhecido polemista, adorava um palanque, onde crescia. Gabeira já é péssimo ao vivo. Precisou da ajuda da Globo aqui no Rio, uma das pouquíssimas capitais (acho que a única) onde não houve debate entre os candidatos.
Mas, sim, há aqui latente um sentimento udenista. Nossa classe média pouco produz, é atrasada e com fortes desejos de ascensão social. Aqui bicheiro é conhecido, mora na praia, é tratado por doutor e freqüenta os lugares da moda, sempre olhado com inveja. Esta classe odeia pobre, favela. Faz de tudo para se distinguir dos que vivem no outro lado do túnel. É o terreno do udenismo, com seu profundo desprezo pelas questões sociais, o discurso radical de direita, mas com molho de modernidade. Foi este udenismo que apareceu nos votos ao Gabeira, a rejeição à pobreza na candidatura populista/religiosa de Crivella, contagiando boa parte do andar de baixo, no mesmo ódio.
Como ficou claro, há mais em disputa do que apenas a escolha do melhor administrador da cidade.
Adoro o Rio e suas mazelas.
Mas a classe média lá e cá em sampa são de um Udenismo só. Lacerda só foi o a voz mais articulada desta turma. E por isto fez o mal que fez ao país. Meu pai riu muito quando ele foi cassado. Acho que está rindo até agora.
O Gabeira ao assumir o discurso da imprensa conservadora aderiu a isto tb, esse Udenismo.
Mas ainda assim votaria nele. O outro não dá pra apoiar mesmo.
Só tem uma coisa melhor nele que no Gabeira: O teor de THC no sangue.
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