Caro governador,
Espero que nas próximas horas o senhor venha a público pedir desculpas pelo fracasso de sua política de segurança. Com ela, aguardo o sepultamento do termo “choque de gestão”, empregado por seu partido para definir um novo modelo de administração pública, já que na prática demonstrou ser apenas uma bravata de propaganda. Como eu, muitos perceberam na última semana que é de sua responsabilidade as trapalhadas da polícia paulista que permitiram que uma refém voltasse ao cativeiro, uma invasão fosse feita sem os devidos cuidados, levando à morte uma jovem de 15 anos. Pouco antes, sua intransigência em lidar com uma greve foi exposta a todo o Brasil, em uma inacreditável batalha entre polícias.
Sua gestão prioriza o choque, no caso o do batalhão da PM, contra grevistas e persegue a população empobrecida na ânsia de apresentar números satisfatórios contra a violência. Mas não investe em investigação, menos ainda em táticas acertadas para proteger cidadãos.
O senhor critica injustamente a greve dos policiais civis por ser um movimento político partidário, mas é a sua gestão que apenas serve a propósitos eleitorais. Prova é que o seu orçamento de 2008 enviado à Assembléia Legislativa foi duramente criticado por parlamentares por este motivo, pois viabilizava uma estratégia política para dar visibilidade ao governo em ano eleitoral, priorizando investimentos em obras e infra-estrutura. Projetos sociais, saúde e educação ficaram prejudicados. Ilustrativo dos seus propósitos é o aumento em 110% nas verbas de publicidade.
Mesmo com a estreita cumplicidade da mídia, alimentada com esta boa verba, está sendo difícil esconder o fracasso de sua gestão. As evidências ficaram mais fortes, apesar do empenho de jornalistas como Renato Machado, que na edição do Bom Dia Brasil do último dia 17, sobre o conflito de policiais na porta do Palácio dos Bandeirantes, disse em tom grave: "A população de São Paulo assistiu atônita a mais um exemplo da crise que assola a segurança pública no Brasil”. Chega a ser patética a tentativa de livrá-lo de responsabilidade. Como “no Brasil”? A crise estava a poucos metros do senhor!
E governador, quando se desculpar, aproveite também para pedir perdão por todas as baboseiras que seu partido acreditava e propagava sobre um moderno capitalismo com estado mínimo, com o mercado regulando as necessidades humanas . Estas idéias vieram abaixo agora, quando até a Islândia, aquele perfeito exemplo de capitalismo moderno, segundo seus gurus, ruiu quanto não havia estado para ajudar na queda do cassino mundial.
Perdeu, assuma seu fracasso e invente outro discurso.
segunda-feira, 20 de outubro de 2008
Carta ao governador José Serra
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6 comentários:
O Serra não vai conseguir calar o fato q o sujeito atirou após a desastrada ação de sua polícia.
Tropa do Gate
O que é que você faz?
- Pegamos uma refém!
E devolvemos pro rapaz...
Tropa do ZéSerra
O que é que você tem?
- Se morre uma menina!
Não falamos com ninguém...
Ei seu ZéSerra
Porque tá tão contente?
- é que a "grande" imprensa
me nomeou presidente!
APRESENTADOR DA RECORD PODERIA RESOLVER O SEQÜESTRO? O QUE DIZ SERRA?
Paulo Henrique Amorim
. O seqüestrador de Santo André disse que se entregaria, com as duas moças, se a Polícia aceitasse uma exigência: divulgar uma carta do Promotor, em que ele se comprometia a pedir uma pena leve, por entender que o seqüestrador vivia uma situação difícil.
. A exigência incluía que a divulgação da carta fosse feita através do apresentador da Rede Record, Reinaldo Gottino, que cobriu o seqüestro desde o primeiro momento.
. Gottino entrou em contato com os comandantes da PM na operação – Ricardo e Felix – e os dois concordaram: Gottino podia ler a carta do Promotor, porque isso poderia levar ao fim do seqüestro.
. A repórter da Record Letícia Gil, de fato, leu a carta do promotor, em primeira mão, naquela tarde de sexta-feira trágica.
. A partir de agora, passo a divulgar informações NÃO confirmadas, mas de fontes em que confio:
. O seqüestrador teria dito aos policiais que, lida a carta, ele se entregaria.
. O seqüestrador, porém, disse que só se entregaria se o Gottino saísse com ele e as moças do apartamento.
. Os comandantes da operação consultaram o Governador José Serra.
. José Serra disse que não aceitava aquela condição.
. O Conversa Afiada espera que o Governo do Estado esclareça se, de fato, uma equipe da Record – e não da Globo - poderia ter dado fim ao seqüestro.
. E se fosse uma equipe da Globo ?
MÍDIA ENTERRA ELOÁ PARA SALVAR SERRA
Blog Cidadania
Podem procurar nos grandes portais de internet: o caso Santo André saiu totalmente de evidência. Portais como o IG já nem noticiam mais o assunto na primeira página, e desapareceram as críticas ao trabalho da polícia.
Enquanto isso, acumulam-se provas de que Lindemberg só disparou contra as garotas Eloá e Nayara depois que a polícia invadiu o apartamento onde ele as mantinha cativas.
1 – vizinha “de parede” de Eloá disse que só ouviu tiros depois que a polícia invadiu o apartamento onde acontecia o seqüestro.
2 – Lindemberg confirma essa versão em depoimento.
3 – peritos afirmam que não houve tiro nenhum antes de a polícia explodir a porta do apartamento onde ocorria o seqüestro.
4 – família de Nayara desmente comandante da PM e nega que pai ou mãe de Nayara tivessem autorizado sua volta ao cativeiro.
Se ninguém fizer nada, tudo será abafado. Sobretudo depois que o governador José Serra elogiou a ação da polícia nesse caso.
http://edu.guim.blog.uol.com.br/
GLOBO TRABALHA PARA SERRA ELEVA SURRA DA RECORD NO IBOPE
20-10-08 Blog Rodrigo Vianna
A Globo tem (por enquanto) mais jornalistas do que a Record.
A Globo tem (por enquanto) mais equipes na rua do que a Record.
Mas a Globo tem uma direção de Jornalismo "aloprada".
A emissora do Jardim Botânico transformou a cobertura da "guerra entre as polícias" de São Paulo num diário oficial de José Serra.
A ordem era proteger o governador, dizem-me colegas que trabalham na Globo de São Paulo, e que pedem anonimato.
Conversei sábado com três deles: a orientação aos editores era botar no ar trechos imensos de uma entrevista chapa-branca com o Serra, escolhidos a dedo pela direção global - e não pelos (bons) jornalistas responsáveis pelos noticiários.
O público percebeu que a Globo (mais uma vez, como em 2006) preferiu deixar o jornalismo de lado.
E, por isso, na sexta-feira, a Globo levou uma surra inesquecível na audiência.
Às 13h30, o Ibope mostrava números quase inacreditáveis:
- a Record (com a "guerra entre as polícias") estava com 12 pontos;
- a Globo não chegava a 7;
- o SBT tinha mais de 6.
Faltou pouco para a Globo ficar em terceiro lugar!
No começo da noite (19h06, para ser exato), outra surra:
- a Record (com as notícias sobre o trágico desfecho do sequestro em Santo André) estava com 21 pontos;
- a Globo tinha 15.
A família Marinho deve agradecer a Ratzinger pelo belíssimo serviço!
O "estrategista" do Jornalismo da Globo faz os seus arranjos com o poder, enquanto a turma da Record vai pra rua gravar. O resultado é esse que vimos acima.
A proximidade do Ratzinger global com Serra não vem de hoje.
Quando saí da Globo, em 2006, escrevi uma carta interna para os colegas, em que rememorei - entre outros - o episódio das "perguntas feitas sob encomenda" para José Serra, numa entrevista ao vivo no SP-TV, às vésperas da eleição.
Três jornalistas, diretamente envolvidos na entrevista, contaram-me essa história, ali, nos corredores da Globo:
- as entrevistas com os outros candidatos a governador de São Paulo (Plinio, Mercadante...) foram feitas sem interferência, com perguntas duras, como é de se esperar numa cobertura normal;
- na vez do Serra, Ratzinger pediu pra ver as perguntas que seriam feitas; e, desde sua caverna no Rio de Janeiro, deu ordens pra mudar tudo, e aliviar as coisas pro tucano.
Serra nem precisava de ajuda. A eleição estava ganha.
Mas Ratzinger não resiste: é um manipulador nato, um agente das sombras.
Ainda vai provocar muitos estragos para a audiência da Globo.
Gosto muito do Blog de vocês! Busco sempre um tempo para conseguir ler o máximo. Após escrever a "carta aberta ao futuro prefeito..." me surpreendi ao ver a carta ao Serra, muito boa! Parece que é unanimidade que as cartas são mesmo uma forma alternativa de desabafo...
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