quarta-feira, 21 de maio de 2008

E o tal dossiê terminou em farsa

Assunto que rendeu várias manchetes em nossos jornalões, termina em pantomima o factóide do dossiê da Casa Civil. A CPI, criada para apurar o “absurdo” gasto em cartão corporativo de uma tapioca, promove uma sessão para aumentar as dúvidas sobre quem chantageou, ou foi chantageado por um tal dossiê com gastos de FHC, motivo da única polêmica existente.

Aturei horas entre a TV Senado e a Globonews para captar alguma coisa. Confesso grande decepção. Até agora não entendi o espanto do senhor André Fernandes, assessor do senador Álvaro Dias, que disse ter se sentido traído por amigo ao receber no dia 20 de fevereiro uma planilha com gastos exóticos de FHC. Como assim? Algo não faz sentido. Um dia antes, o vetusto jornal O Estado de S.Paulo publicou notícia sobre decisão do governo Lula sobre impedir a exposição, na CPI criada, de gastos exóticos de FHC, como a de pênis de borracha, estratégia que foi considerada “muito baixa” pelo próprio presidente. Informações sobre estes gastos, portanto, já circulavam. Onde fica o espanto do assessor?

Busquei, busquei, e só descobri um único chantageado. Foi o deputado Antonio Carlos Pannunzio, do PSDB. No meio da sessão, ele foi barbaramente enganado pela Globonews, que o levou a fazer enfático discurso contra o caos aéreo do governo Lula, que havia feito novas vítimas em colisão de avião da Pantanal em edifício próximo ao Congonhas. Fato que depois foi mais bem apurado: na verdade apenas um incêndio em loja de colchões.

Triste fim.

3 comentários:

Anônimo disse...

Caro Jurandir
Sempre encontrei dificuldade de defender certos pontos de vista em debates, porque, na minha opinião, seria necessário imprimir convicção nos argumentos.
E eu tenho dificuldade em me investir de convicção quando os argumentos não me "soam" como naturais.
Daí que me surpreende muito a energia das posições tomadas acerca desse tal dossiê, assim como no caso do apagão aéreo.
Penso que é um talento imenso alguém ser tão convicto em debates, defendendo idéias que não se sustentam.
Jackson Filgueiras

Anônimo disse...

Cid Elias control C/V-ando

Jurandas, sei que lestes este post do AmigosdoPresidente, mas sempre é bom relembrar a "FARSA":

"O e-mail resposta do assessor do senador Álvaro Dias, André Eduardo Fernandes, à José Aparecido (da Casa Civil), 4 minutos após receber a planilha, não sugere que ele tenha enxergado uma possível intimidação, como depôs na Polícia Federal.

Sugere que recebeu informações que esperava receber. Não há qualquer dúvida em sua resposta, que revele surpresa com o que recebeu.

O Texto da resposta é:

"Muito bom esse trabalho... vc tá certo..."

Parece uma confirmação, tentando dissimular, daquilo que ele estava aguardando.

Alguém que fosse surpreendido com um recado que entendesse ser uma chantagem (ou qualquer comportamento estranho), demoraria para responder, ou perguntaria o que significava aquela planilha.

José Aparecido enviou a planilha às 10:47 e recebeu a resposta as 10:51. Apenas 4 minutos depois."

Anônimo disse...

Como guia que me tornei de vós políticos, haveis de pedir-me conselhos Não vo-los possa negar, pois que tenho as mãos calosas no lidar com a honestidade, as cãs já me cobrem a cabeça, tendo ultrapassado o zênite da existência. Tenho, pois, experiência. Se fordes continuar dedicar-vos à corrupção, aceitai os seguintes conselhos:

SEI QUÃO DIFÍCIL PELAS VIRTUDES QUE EXIGE E PELA RESPONSABILIDADE QUE IMPÕE SER HONESTO. DAÍ A NECESSIDADE PARA O POLÍTICO DE LARGA TENDÊNCIA CORRUPTORA BUSCAR UMA CULTURA DE HONESTIDADE NÃO VOS AÇODEIS NA PROPOSITURA DA AÇÃO. FAZEI-LHE PRIMEIRO O DIAGNÓSTICO. QUALIFICAI O CASO COM O VOSSO PENSAMENTO, COM A VOSSA INTERPRETAÇÃO, EM FACE DOS DISPOSITIVOS DE BOA CONDUTA MORAL E CÍVICA. JAMAIS PATROCINEIS FRAUCATUAS, NÃO VOS AVENTUREIS, NUNCA, NOS ILÍCITOS TEMERÁRIOS. SE O FIZERDES, DECAIREIS DO CONCEITO PÚBLICO; PERDEREIS O VOSSO NOME; E OS JULGADORES, O POVO E DEUS NÃO VOS OLHARÃO COM BONS OLHOS, POIS QUE TORNAREIS CÚMPLICES DA INIQÜIDADE, DA DESONESTIDADE E DA DESONRA.

NÃO MACHUCAIS O POVO, NÃO VOS DESCUIDEIS DELE. NÃO TEM PROBIDADE O POLÍTICO QUE, DE INDÚSTRIA DO VOTO O FAZ.

DIGNIFICAI O VOSSO PARTIDO, E FAZEI QUE NÃO MAIS ENCONTRE GUARIDA EM PARTE NENHUMA AS CPIs: “A ARTE DE LEGALIZAR A CORRUPÇÃO”.