sexta-feira, 24 de julho de 2009

O império garante o seu pó


Notícia lida no Monitor Mercantil:

EUA instalarão novo "big brother" na Colômbia

Após expulsão da base de Manta no Equador, Obama se acerta com Uribe

Havana - Estão sendo concluídas as negociações para a formalização de um novo acordo para uma "estreita colaboração militar" entre o novo governo norte-americano de Barack Obama e o governo reacionário da Colômbia de Alvaro Uribe.
Um acordo que deverá desferir um gigantesco e doloroso golpe contra a autonomia da Colômbia. O objetivo estratégico do acordo é transformar o país inteiro em um centro de operações das Forças Armadas norte-americanas, no âmbito do "combate às drogas e ao terrorismo", mas que tem como alvo o movimento popular do país contra Uribe, a guerrilha das Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (Farc), assim como todos os movimentos populares em toda a região do Altiplano Andino.

Embora os detalhes deste "acordo" ainda não foram divulgados, sabe-se que ele garante às Forças Armadas dos EUA o acesso e uso de todas as bases terrestres, aéreas e navais colombianas, incluindo as "sensíveis" bases de Malabo (no norte) e Polanquero e Apiaí (ambas no centro do país).

Na verdade, o acordo e suas promíscuas condições significam o monitoramento de toda a região sul da América Latina (grampo de toda espécie de comunicações e sua coordenação com os satélites espiões), "em nome da proteção dos interesses dos EUA".
Trata-se de uma evolução esperada, pois a expulsão das Forças Armadas norte-americanas e o fechamento da base militar dos EUA de Manta, no Equador, provocou uma série de nervosas negociações com os únicos países do Altiplano Andino que aceitariam demonstrar hospitalidade às Forças Armadas dos EUA - isto é, a Colômbia e o Peru -, obviamente mediante uma generosa "compensação".

Ao que tudo indica, as negociações com o governo do Peru fracassaram por causa do "aluguel caro" exigido por Alan Garcia, mas foram coroadas de êxito com o governo reacionário de Alvaro Uribe.

Cuidado com o que vocês falam!

Certamente a mídia mundial, porta-voz do conservadorismo e dos interesses imperiais americanos, achará normal o acordo, apenas uma tentativa de “equilíbrio” na região, infestada de “esquerdistas narcotraficantes”, certo? Grossa mentira.

O narcotráfico na Colômbia foi criado, organizado e planejado industrialmente por americanos. O Plano Colômbia, criado com estardalhaço, apenas aumentou a produção de drogas. A plantação da coca e seu refino é um amplo agronegócio. Impossível existir sem ser visto por satélites. Os governos colombiano e americano sabem muito bem onde fica. E alguém perguntará como fica o DEA, a organização governamental americana que tem como objetivo o combate ao narcotráfico. Sugiro que leiam uma entrevista de Michel Levine, ex-agente do DEA, que já escreveu sobre suas atividades em revelador livro: “A grande mentira branca”.

O acordo tem objetivos claros. Permitir aos EUA terem uma enorme base para apoio logístico às novas empreitadas na América Latina. Honduras, não por acaso, já sente a nova estratégia do grande império.

Um comentário:

Ary disse...

Quando a crise de abastecimento de água apertar, eles farão o mesmo com a base paraguaia (em cima do Aquífero Guarani e ao lado de Itaipu). Obs: 91% das bases americanas espalhadas pelo mundo, ou estão em áreas de tensão petrolífera ou de tensão aquífera. A desculpa: tem terrorismo na tríplice fronteira.Quem viver, verá.