sexta-feira, 3 de julho de 2009

As pornográficas escolhas editoriais


Na linha de jornal popular, o Extra das organizações Globo raramente dá destaque para o noticiário político em sua primeira página. Normalmente ela é preenchida com o esporte, notícias sobre mudanças nas regras no funcionalismo público, noticiário local, violência, amenidades etc. A edição de quinta-feira, dia 2, tinha toda a metade do alto tomada pela crise no senado, de forma editorializada, comparando o lugar a um “romance” de Carlos Zéfiro, nosso mais conhecido e cultuado pornógrafo.

Eu, e certamente os leitores do Extra, nada temos contra o jornal se posicionar contra algo que pertence ao nosso universo de reclamações: sabemos que o legislativo é um grande balcão de negócios, repleto de favorecimentos aos seus representantes. Apenas estranhamos a escolha editorial exatamente em um dia cheio de pressões e disputas que têm um norte certo, onde a moralização do senado está a reboque dos interesses na disputa eleitoral em 2010.

Mais estranho ainda é a escolha de não destacar o assunto que discretamente ocupa um pedaço ao lado direito, em foto e pequeno texto, que noticia um acidente de trânsito que matou quatro crianças. Se o desejo do jornal é editorializar a notícia com o objetivo de denunciar desvios de conduta na questão pública, eu, e os leitores do Extra, achamos que há muito mais a dizer naquele fato:

As crianças, alunos do tradicional colégio Pedro II, ocupavam uma van pirata, com seus papéis vencidos, aparentemente viajando em alta velocidade. Onde está o poder público que não fiscaliza os veículos de sua cidade?

Li no noticiário online que a mãe de uma criança disse que era uma van contratada por um grupo de pais por falta de outras opções de transporte.

O transporte de massas no Rio de Janeiro não tem investimentos há muitos anos. Seu metrô liga uma parte muito pequena da cidade. Os trens foram sucateados, com uma histórica estação ferroviária fechada, sem trens para diversos e populosos bairros.

Os ônibus dominam o transporte público, todos da iniciativa privada, com interesses econômicos em linhas rentáveis, deixando espaço para a proliferação de vans, em grande parte não legalizadas.

Estas empresas dominam o transporte público com regras de oligopólio, organizadas em sua federação, a Fetranspor, que tem recursos suficientes para investir em ricas campanhas de vereadores, deputados estaduais, prefeitos e até boa propaganda, inclusive na mídia.

Todas estas relações já foram objeto de interesse na criação de CPI na câmara carioca, mas até hoje nunca foi instalada.

Estou certo que os leitores do Extra, que viajam horas em um ônibus lotado, que são maltratados como a jovem Luana Macedo, de 12 anos, que morreu no mesmo dia, na Barra da Tijuca, arrastada com as pernas presas à porta de um ônibus, têm melhores sugestões de pauta para a primeira página.

Mas, temem que os donos do jornal, por motivos outros, não contemplem o verdadeiro interesse público, que está aqui no dia-a-dia de um caótico e assassino sistema de transporte, não em Brasília. Esta é a verdadeira pornografia.

Talvez a escolha explique o motivo do Extra a cada dia perder muitos de seus leitores.

5 comentários:

Anônimo disse...

SENADOR ARTHUR VIRGILIO MENTIU. ELE NÃO TEVE RESTITUIÇÃO DE IR. E AGORA?

O Senador não TEVE RESTITUIÇÃO à partir de 2005, quando contraiu a dívida!

o Senador Arthur Virgílio que recebeu ajuda do ex-diretor Agaciel Maia durante uma viagem particular que fez ao exterior, reafirmou que não sabia que os recursos encaminhados a ele pelo assessor Carlos Romero Nina partiram de Agaciel Maia.

O senador acrescentou que a dívida, de cerca de 3.300 euros, foi RESSARCIDA com a devolução do Imposto de Renda que recebeu da Receita Federal.

Mas...

Na tribuna, na semana passada, Virgílio contou que foi Carlos Homero quem pediu a Agaciel um empréstimo em julho de 2005. O tucano confirmou que a conta foi paga.

Segundo ele, foi feito um rateio por amigos que devolveram o dinheiro a Agaciel. Depois, quando retornou da viagem, Virgílio pagou o grupo.

O SENADOR DESMASCARADO NO SITE DA RECEITA
PELO CPF 15.982.47-53

O Leitor do Blog do Onipresente, que assina como Rubens, fez uma descoberta interessante... Consultando-se o(clique aqui) site da Receita
para o cpf 154.982.477-53 do senador, não constam restituições de IRPF posteriores a 16.Nov.04. A dívida não foi contraída em julho de 2005? Com que diabo de restituição de IR ele a pagou, se, de 2005 em diante, ele não teve restituições?

http://blogdoonipresente.blogspot.com/2009/07/mentira-de-arthur-virgilio.html

Romanzeira disse...

Ótimo texto. A existência de dois jornais diários de propriedade do mesmo grupo empresarial com linhas editoriais tão dispares é altamente classista. Percebe-se isso ao passar os olhos pelas manchetes de um e de outro. Extra, linha definida com popular, quase nada de noticias politicas, uma enxurada de notícias sobre novelas, futebol, celebridades e mulher pela; enquanto o Globo, jornal da classe média, contem vários assuntos relevantes para a vida do cidadão - embora sejam explorados sob a ótica conservadora e direitista. Por que é que, de uma hora para a outra, a metade da primeira página do popular Extra é ocupada por uma charge tremendamente inteligente e irônica a respeito dos desmandos do Senado. Ontem foi um dia de extrema pressão tanto para o presidente como para o PT. O governo está numa sinuca de bico. Cabe ao Globo, através de seu execrável braço popular, começar a manipular as massas.
Podres!!!!

Leonardo disse...

Devo confessar que compro o jornal "Extra" uma vez por ano. Justamente na época em que tenho que trocar os pneus do carro para fazer a vistoria. Fico com o caderno "Motor Extra" e, na própria banca de jornal, descarto os outros. Porém, nunca deixo de dar uma olhadinha na capa dos jornais disponíveis na internet. Até o meu sogro, que depois de se aposentado passou a ler até bula de remédio, não consegue mais tolerar o Extra. Ele é um dos que engrossaam as estatísticas negativas de vendagem do jornal.

Anônimo disse...

ROBERTO AMARAL, DANIEL DANTAS E AS MATÉRIAS PAGAS NA MÍDIA

Bob Fernandes - Terra Magazine – 06-Julho-2009 às 11h45

Os intestinos do Brasil. (Tomo II)
Roberto Figueiredo do Amaral é homem conhecido nos circuitos do grande Poder. Entre políticos, empresários e jornalistas, por exemplo. Foi dirigente da construtora Andrade Gutierrez por pelo menos duas décadas.

Em sua denúncia o procurador da República Rodrigo De Grandis o cita por "formação de quadrilha e organização criminosa e lavagem de dinheiro". E descreve como Amaral foi contratado por Daniel Dantas e seu Opportunity para prestar assessoria em "assuntos sensíveis" do Grupo Opportunity.

Na relação de serviços, escreve De Grandis, se tinha "o contato com políticos, a viabilização de publicação de notícias no interesse da quadrilha e a consultoria e efetiva implementação por intermédio de William Yu (NR: doleiro), de movimentações financeiras no exterior".

A análise de HDs apreendidos na casa de Roberto Amaral levou às conclusões do Procurador. Segundo a denúncia, Amaral e Dantas utilizavam-se de codinomes em suas conversas eletrônicas.

O dono do Grupo Opportunity, que tem olhos azuis e pelos mais próximos chamado de Frank (de Frank Sinatra), é por Amaral tratado de OVS (Olhos verdes Sensuais) ou DD (de Daniel Dantas) e chama Roberto Amaral de "Rogério" ou "Rogério Antar".
Em um dos trechos destacados Daniel Dantas ordena:

- DAÍ SAIRIA UMA MATÉRIA PAGA DE 7 ITENS, AGORA NA 1ª PAG. DOS JORNAIS, POIS O ESTRAGO AUMENTOU; (...)ACHO QUE DE ESTRATÉGIA E SACANAGEM ENTENDO UM POUCO, PELO AMOR DE DEUS: AJA e JÁ.

Segundo o Ministério Público Federal (que deverá aprofundar investigações quanto ao capítulo mídia) Roberto Amaral tinha assessoria paga por Dantas e pagava a jornalistas.

O Procurador De Grandis, com base na documentação apreendida, cita dois: Giba Um e Claudio Humberto.
Em um email Roberto Amaral cobra de Daniel Dantas US$ 250 mil, valor este correspondente ao mês de maio de 2002. Relata o MPF a correspondência de "roberto amaral" para "OVS":

- DD: Constrangido pergunto: Vc não acha apropriado, já que estamos em 19 de junho, mandar depositar os 250.000 dólares em minha conta, referente ao mês de maio? O Reinaldo está à disposição para assinar. O Contrato que vc está elaborando, sugiro fazer o depósito e assinar o contrato depois.

E continua a história de embrulhar o estômago:

http://terramagazine.terra.com.br/interna/0,,OI3860005-EI6578,00-Roberto+Amaral+Daniel+Dantas+e+a+midia.html

Anônimo disse...

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