terça-feira, 1 de dezembro de 2009

Haja fedentina


A Folha desceu pelo esgoto mais pútrido. A repercussão que pretendia ficou restrita aos recantos malcheirosos, onde permanentemente exalam os odores mais pestilentos. Fiquei com uma sensação de déjà vu, lembrando alguns dos momentos mais horrendos da ditadura, quando jovens torturados iam a TV falar de seus arrependimentos. Não fui o único com tal associação. César Benjamim não é tão jovem, e se assim reagiu agora foi tardiamente. Seu artigo é de uma inequívoca construção para criar um fato político, a favor de seus antigos inimigos de classe. A Folha o sabia, esperava por ele. Baixaram todos pela cloaca, em um dos piores momentos do jornalismo.


Apesar de todo o esforço midiático para transformar a corrupção no governo Arruda em algo conhecido − falam em caixa 2, mensalão −, o que se vê é a mais explícita roubalheira, como nunca antes vista, em imagem, som e movimento. O tal Durval Barbosa filmou o suficiente para mais de um longa metragem de patifarias. Os momentos são os mais variados e estarrecedores, mas o vídeo divulgado hoje com a “oração da propina” ganha qualquer concurso de documentarista. Que gente é essa?



E Arruda hoje falou grosso com o DEM. Ameaçou que se radicalizarem vai radicalizar também. Recado dado com efeito imediato: a bancada demo recuou e já se dividiu. Voltarão a conversar amanhã. Parece que se abrir a Caixa de Pandora não vai sobrar ninguém.


Piada pronta não tem graça. Mas essa história de panetones pode explicar a forma física de alguns políticos.


E aliás, pensando na proporção do escândalo, vale lembrar da “gentileza” do deputado Vic Pires Franco do DEM em patrocinar uma tapiocada na CPI dos Cartões Corporativos. Foi festa para as fotos. Quando haverá um novo festival gastronômico?


E com tanto mau cheiro, a mídia “esqueceu” de lembrar que o novo escândalo no Detran em São Paulo é de mais um governo tucano, há 16 anos dando seu “choque de gestão”.


São muito duras as pedras no caminho de Serra. Apesar de seu esforço de campanha para reverter o quadro de declínio nas pesquisas, com mais uma viagem ao Nordeste, suas várias horas em entrevistas em programas populares de TV, a ladeira ficou mais íngreme e ensaboada. Arruda seria seu candidato à vice em um dos cenários mais prováveis. Aposto que o vampiro continuará assustando as criancinhas até quando puder, mas já jogou a toalha.

4 comentários:

Marola disse...

Luiz Favre em seu blog, vem com outra hipótese:

A operação Pandora seria o troco de Serra ao crescente apoio do DEM à indicação de Aécio como candidato da oposição. O objetivo seria diminuir o cacife do DEM na hora da decisão. Faz sentido, Roseana Sarney que o diga.

carlos disse...

é como dizia o saudoso pasquim: o mundo gira e a lusitana roda.

hoje, o lado negro da força - psdb/demos/pps - está literalmente na peia.
bem feito e eu acho é pouco. se lasquem do primeiro ao quinto, magote de marginais.

valeu!

Jurandir Paulo disse...

Marola, é bem o modus operandi do Serra, mas nesse caso não diminuiu o cacife, demoliu um aliado fundamental, e com respingos nos próprios tucanos. Aécio tem mais motivos para comemorar. Ele imagina que como candidato será menos dependente do DEM, trazendo uma boa parte do PMDB e ampliando para outras legendas hoje com a Dilma. Vamos ficar atentos. O eixo do mal ainda tem muitas maldades na gaveta.

Anônimo disse...

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