terça-feira, 16 de setembro de 2008

Como ajudar um candidato a prefeito

Os jornais cariocas deram hoje um bom destaque à notícia sobre a queda de homicídios no estado. Até a paulista Folha de S.Paulo seguiu a do Rio quase no mesmo tom. Mas faltou um dedo de reflexão a todos, o que seria o papel da imprensa se fosse realmente isenta.

Os dados foram divulgados pelo Instituto de Segurança Pública, órgão do governo do estado. Governo que vem sendo acusado por várias entidades de direitos humanos por desenvolver uma das mais truculentas polícias da história do Rio de Janeiro, responsável em seu despreparo pelo recente assassinato de uma criança de 3 anos de idade, dentro do carro de sua mãe, entre vários outros crimes praticados contra a população, notadamente a mais pobre.

Nada é posto em dúvida pela mídia. Nem mesmo a própria interpretação da planilha divulgada, que mostra claramente outros dados preocupantes de crescimento da violência. Menos ainda há preocupação sobre uso do estado para eleger o próximo prefeito do Rio, em uma das campanhas mais caras de nossa história.

É a mesma mídia que não publicou que o deputado Jerominho, preso acusado de chefiar um grupo de milícias, era do mesmo partido do governador. Ou que as contas do governo andam péssimas, com dívidas se acumulando para com fornecedores, tendo a Cedae sido considerada inadimplente pelo CVM.

Para a mídia o interesse público está restrito aos R$ 100 milhões anuais que o governo Sergio Cabral gasta com publicidade. Para tal, vale qualquer propaganda ou silêncio.

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